Em princípio, tudo o que se publique, sendo bem escrito, sobre a questão feminina (no passado ou no presente tanto faz pois que as semelhanças, para nossa vergonha, ainda são muitas) nunca é demais. E o apelo simbólico do "dia da mulher" sempre alicia os editores e livreiros a meterem obras cá fora dedicadas aos percursos das mulheres. Na fornada deste ano, ressaltam as edições dos livros de Isabel do Carmo ("Histórias que as mulheres contam", D. Quixote), uma recolha de vários casos de mulheres que em várias circunstâncias sofreram a opressão de uma sociedade marcada pelo machismo salazarista, e o livro de Sofia Branco ("As mulheres e a guerra colonial", a esfera dos livros), cujo título diz tudo sobre a intenção da obra. No entanto, pese embora a excelência das boas intenções das autoras, ambos os resultados, literariamente falando, são desastrosos. Obras caóticas, sem fio de orientação nem organização temática, não passam de mantas de retalhos muito mal costuradas. Ele, o feminismo, não merecia livros literariamente tão maus.
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