Na Turquia, são gigantescos os passos dados na caminhada para ser admitida na União Europeia, trazendo-nos, de volta, o colorido da tolerância perdida desde a derrota do Império Otomano. Um exemplo:
Elif Shafak, escritora, cientista social, professora universitária e activista, vai ser julgada na próxima semana acusada de ter ofendido o “carácter nacional turco” (artº 301 do Código Penal). O “crime” de que acusam Elif Shafak foi a publicação do romance “Baba ve Piç” (“O Bastardo de Istambul”) onde se aborda o massacre dos arménios, assunto tabu do passado e presente histórico da opressão turca, a par da repressão sobre os curdos e a ocupação parcial de Chipre.
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Adenda: Elif Shafak foi mandada em paz pelo Juiz a quem foi atribuído o processo por não admitir qualquer fundamento à acusação. É um ponto positivo a contrabalançar o negativo que foi a mera existência do processo baseado no medieval e nacionalista-ditatorial artº 301 do Código Penal Turco. Empate portanto. Ou: tudo como dantes, quartel em Constantinopla. Sem nunca esquecer os dramas dos arménios, curdos e cipriotas. Porque não devem ser moeda de esquecimento na "hora" da União Europeia.
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