Segunda-feira, 31 de Outubro de 2005

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Desta vez, acho que muito bem. Quando falou
assim:
Somem-se os nomes das Comissões de Honra de Soares e Cavaco, e dá mais de mil nomes, que são um retrato de quem manda em Portugal. Do establishment. Do "quem é quem". Somem-se mais meia dúzia de nomes, mais os militares no activo, juízes e embaixadores, alguns jornalistas, mais a hierarquia da Igreja, e está toda a nossa elite. Quem manda.Porque há qualquer coisa que não bate certo na forma de se bater na política e nos políticos. Só malta bera, como se sabe. Excepto nas campanhas eleitorais. Porque então, quando um político emerge com o perfume da possível vitória, a nata social, a anti-política e anti-políticos, cola-se-lhe que nem uma lapa. Para que o mando continue tranquilo. Nas mãos dos mesmos.
Um círculo fechado, a necessitar, urgentemente, de uma ruptura. Não de regime, mas de cidadania. Isto digo eu, não sei se o dirá Pacheco. Talvez não.
De Joo a 31 de Outubro de 2005
Obrigado, Manuel, pelo contributo de apuramento. Será verdade que todo o corpo de elite tem a sua hierarquia (e o seu centralismo democrático).
Acho que JPP não está a dizer tudo o que sabe. E ele sabe que as elites, tais como as descreve, não mandam. São um instrumento, menos dócil, seguramente, mas executante - «quadros superiores» a quem compete a implementação de uma estratégia traçada superiormente. Para preparar as grandes decisões há apenas uns quantos (uma ínfima parte dos que ele generosamente nomeia) que são chamados a participar. Não estou a adivinhar, estou a recordar entrevistas que, noutras fases e com outros ânimos, deu. A questão das elites e dos poderes em Portugal é mais operativa e, por isso mesmo, mais simples. Os decisores, de facto, são em menor número. Às vezes tomam lugar em comissões de honra e tertúlias quejandas. São apenas, a uma escala que acham razoável, os seus banhos de multidão.
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