Leio:
Agora que você, Manuel Alegre, me fez sair do meu quadrado... Nunca me imaginei empolgada com uma batalha eleitoral, como estou neste momento! Tenho falado com muita gente que fica boquiaberta com o meu "súbito interesse pela política" e quero dizer-lhe uma coisa: aqui no Alentejo há muita gente que não pode manifestar-se a seu favor, por medo dos caciques ou talvez daquilo que você chama de "aparelho", pois isso poria em causa as suas colocações, os empregos dos maridos e dos filhos e já se sabe que a vida está difícil. Mas estou convicta que irá ter aqui uma grande votação, pois já ouvi gente que foi propositora de outras candidaturas a confessar baixinho: "pois, mas o que conta é o voto, que é secreto e ninguém sabe"... São votos que valem o mesmo que os declarados, não é verdade? Infelizmente, a democracia que temos ainda gatinha por aqui e a liberdade não chegou a todos.Será mesmo assim? A adesão a Manuel Alegre necessita de clandestinidade? Eles mandam tanto que é subversivo (outra vez?) apoiar um Candidato? Alegre estará a mexer tanto em Portugal e nos portugueses e a desconcertar os aparelhos que, para já, a adesão tem de ir pela surra?
Tenho as minhas dúvidas. Mas, o certo, é que testemunho todos os dias que a simpatia e adesão por Alegre alastra, ganha razões e corações, mas há qualquer coisa de estranho, silencioso e secreto nesse alastrar. O mais politicamente incorrecto no Portugal de hoje, a maior coragem política, é querer Alegre em Belém? Há qualquer coisa a fazer, então: gritar à malta que não é proibido
Ser Alegre!