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Quase todos os meus amigos e minhas amigas que frequentavam a Universidade quando do 25 de Abril de 1974 e militaram na UEC (União dos Estudantes Comunistas, PCP), não escondem o fascínio de culto pela Nº 2 da Organização - Sita Valles (na hierarquia, logo a seguir a Zita Seabra). Todos eles e elas me transmitem uma ideia, quase lenda, de uma jovem muito bonita e sensual, arrebatadora, de um poder imenso de palavra e de capacidade de organização e de luta, de alguém que parece ter nascido para a Revolução e para mudar o mundo. Uma espécie de mulher messiânica.
Sita Valles voltou, em 1975, para Angola para fazer a revolução na sua terra de nascimento. Talvez pensando que quanto mais fogo pegasse, o socialismo chegaria mais depressa e em estado mais genuíno. Foi uma das vítimas do 27 de Maio de 1977. Nunca mais foi vista. Supõe-se que tenha sido fuzilada embora a lenda ainda acenda a vela da esperança que ela andará algures a fazer a revolução.
Se Sita já era lendária quando da UEC, mais assim ficou na memória dos que a conheceram e, com ela, na fase dos ardores juvenis, quiseram virar o mundo do avesso.
Sobre Sita Valles, recomendo a releitura do excelente artigo que Felícia Cabrita lhe dedicou no semanário Expresso de
25/1/1992.