
Para os cristãos, judeus e muçulmanos, é impetuoso o apelo à identificação mítica e simbólica de subir os dois mil e quatrocentos metros do Monte Sinai, no centro da Península, e assistir a um dos mais celebrados nascer do sol em todo o mundo onde a lenda diz que Moisés recebeu as Tábuas dos Dez Mandamentos. Para quem joga fora destes baralhos religiosos, resta a grandeza estética da experiência. O que não é nada pouco.
A jornada exige estaleca e boa forma física. As estradas estão em mau estado e o trajecto é tormentoso na demorada aproximação. Significa uma noite perdida, o contacto com o frio intenso, a dura e demorada caminhada a pé (duas horas de subida e outras tantas de descida). Para que tudo esteja a postos no minuto em que a luz se anuncia no vermelho do horizonte, a bola de fogo solar dá origem à manhã e os montes se iluminam de um vermelho de grande profundidade e brilho.
O magnífico e antiquíssimo Mosteiro de Santa Catarina, ocupado por quarenta monges ortodoxos gregos, dá-nos uma riquíssima vista do espólio do cristianismo ortodoxo. Só por si, vale a pena dos trabalhos para lá se chegar.
(Foto de Pedro Tunes)