
Eu não sei se aquelas grades são feitas de esquerda.
Também não sei se o chão daquelas celas tem mosaicos de igualdade.
Muito menos adivinho se a luz coada daqueles pátios das prisões canta a internacional.
Impossível saber se a comida dada àqueles presos por delito de opinião sabe a causas proletárias e depois apetece levantar o punho fechado.
Até nem sei se a falta de liberdade em Cuba custa menos que noutro sítio qualquer.
Como também não sei se ser torturado por um pide cubano, em vez de doer, dá ganas de libertar o mundo do imperialismo.
E se ter um ditador tão antigo e tão teimoso, é coisa boa e vacina contra os males da globalização, diminui o número de mísseis que Bush manda disparar e baixa o perigo de Bagão aumentar os impostos.
Apenas sei que, pensando em Cuba, ia sentir-me infame se não pensasse em Raúl Rivero e nos seus companheiros.