
De Luxor até ao Cairo, abandonou-se o cruzeiro e seguiram-se doze horas de vagão-cama para perfazer os quinhentos quilómetros de distância (onde se serviu o jantar e o pequeno-almoço). A animação subitamente disparou e o grupo transformou-se, por artes mágicas, numa excursão de finalistas de liceu. Julgo que pelo movimento e pelo alívio da carga cultural. Também, talvez sobretudo, pelas almas loucas que por ali andavam contidas e espreitando a oportunidade para se soltarem. Mas, para mim e seguindo crença velha, a causa é que qualquer estação de caminho ferro tem um poder mágico não decifrável.
O velho (mas aceitável) comboio que segue pela margem oriental do Nilo, acolheu aquele grupo a querer desopilo e resistente em se acolher ao leito. Invadido o bar, o egípcio de serviço largou copos, bebidas e provimentos, e tudo para a dança maluca. Sobretudo, a partir daqui, os vernizes estalaram e quem tinha cerimónias passou à qualidade de compicha. Resumindo, uma viagem e peras.