Não só para esses, mas sobretudo para esses, os saudosistas do Império, alguns deles agora neo-patriotas pelo espectáculo mediático da GNR a voltar a Timor para “assegurar a ordem pública”, incluindo a direcção do PCP que regrediu para antes do seu V Congresso realizado em 1957 (o primeiro em que tratou da "questão colonial" em termos de considerar o direito dos povos coloniais à autodeterminação e à independência), leia-se a memória do avô materno, Victor Vaz Martins, do meu querido amigo e historiador guineense, em vésperas de doutoramento, Leopoldo Amado (*).
Para que, pelo menos, não digam que não sabem nem nunca ouviram falar. Sobretudo para meterem a viola no saco, por decência e vergonha, quando falam dos “crimes da descolonização” ou se referem a países, hoje soberanos e independentes (bem ou mal amanhados, outra questão), como “territórios”.
(*) – Tese de doutoramento já apresentada e a defender em Outubro deste ano, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, orientada pelo Professor Doutor João Medina, sob o tema “Guerra Colonial versus Guerra de Libertação (1963-1974): o caso da Guiné-Bissau”.
Imagem: Amílcar Cabral, o genial líder africano, assassinado às ordens de Portugal em 1973, após outras tentativas falhadas, e que, repetidamente, antes de enveredar pela luta armada pela independência (luta em que venceu o Império quando já não tinha olhos para ver a sua vitória), propôs a Salazar, sempre sem resposta, negociações para uma via faseada que permitisse a progressiva autonomia até à independência. As respostas de Salazar e de Marcello foram sempre do tipo da que foi dada a Victor Vaz Martins, avô de Leopoldo Amado.
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