
Um estudo das Nações Unidas (do seu Departamento de Assuntos Económicos e Sociais) deste ano, apresenta dados reveladores do intenso tráfego com que as populações se estão a deslocalizar, tentando ultrapassar os fossos da desigualdade de desenvolvimento e de qualidade de vida. Sublinho alguns dados, que ajudam a reflectir sobre este fenómeno e as frases feitas que circulam a propósito:
- Em 2000,
175 milhões de pessoas viviam fora dos seus países de nascimento.
- O imigrante médio vindo da Ásia ou da América Latina tem mais do
dobro da escolaridade média dos que ficam; no caso de África, atinge o
triplo. Como conclusão, temos que a emigração desqualifica em massa cinzenta os países de proveniência.
- Os emigrantes contribuem com
60 mil milhões de euros em remessas enviadas para os seus países de origem.
- Nos países onde há forte afluxo migratório, não se verificam descidas significativas de ordenado nem aumento de taxa de desemprego (desmentindo os argumentos xenófobos de que os emigrantes vêm roubar postos de trabalho ou degradar os salários).
- Na década de noventa do século passado,
duplicou o número de estrangeiros residentes na Finlândia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
- Na Europa, a população teria descido, entre 1995 e 2000, em
4,4 milhões de habitantes não fosse a chegada de
5 milhões de imigrantes. No caso da Áustria, Dinamarca, Grécia, Itália, Luxemburgo, Espanha e Suiça, os imigrantes contribuem com
três quartos do crescimento demográfico. Mesmo assim, segundo a tendência actual, a Europa poderá perder
96 milhões de habitantes. até 2050.