
Melhor que tudo que eu pudesse falar sobre as duas efemérides de hoje, fala-se
aqui e bem.
Apenas não desproporcionaria tanto a evocação das datas, até porque a segunda, e mais apagada, foi aquela que redimiu. Enquanto a primeira, com direito a trato de impacto neste excelente blogue, foi um dos marcos da
maldade alemã. Maldade que talvez se tenha inspirado lá mais atrás no longínquo profeta, também alemão, que construiu uma teoria que, muito antes de dar no Muro, assustou tantos e de tal forma que os levou a apoiar (ou ficar calados, em casa) perante o austríaco paranóico que de cómico só tinha o bigode.
Ou, se calhar, é Hegel que tem as culpas no cartório por alimentar as duas derivas simétricas.
Mas, porque não - hipótese última e para provocação espalhada tentarmos, em vez de espadeirarmos contra demónios exógenos, olhar bem para esta nossa sede humana por utopias e que só sacudimos, em sobressalto, quando elas, feitas realidades, nos caiem em cima das cabeças?