Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2005

Claro que não podia deixar de levar o Pedro ao Speakers Corner, sítio que ele aliás tinha assinalado na sua agenda.
Com o passar do tempo, a representação ali tornou-se mais demencial e mais sádica. Um escape para loucos desopilarem, o que só lhes fará bem, mas também um usufruto de gozo para uns tantos testarem a sua sobriedade pela medida de desarranjos alheios, repugnante por isso. Nem mais. Nada daquilo tem a ver com liberdade. Porque não há liberdade no que é cruelmente inútil. É pouco mais, se for, que um contracto entre esquizofrénicos pendurados num escadote e umas dúzias de papalvos a gozar disparates com figura de gente.
A democracia não passa pelo Speakers Corner. Mas a democracia corre sempre o risco de se transformar num Speakers Corner. Essa, para mim, a sua única validade simbólica. Valha isso. Valerá?
Registo o desagrado, por pudor, do Pedro, que se incomoda com aquele gozo com quem vai perorar para ser gozado.
Marcaste mais um ponto, digo-me.
De Joo a 8 de Janeiro de 2005
Caro Carlos, e quem sou eu para depenar utopias e sonhos? Ninguém. Eu só disse que não gostava de gozar com tontos. Por respeito.
De Joo a 8 de Janeiro de 2005
O de cá defendia que a única salvação estava em Jesus. O de lá, parecias tu lá no Puxa Palavra, a desancar no Bush, mais Iraque e mais o petróleo. Os do Jesus piravam-se para o anti-Bush, o pró-Jesus mandava vir com o outro. O outro ria-se. O de Jesus gritava, tudo o resto se ria. Uma risada pegada, esquizofrenia completa. Enfim, Speaker's Corner. Insuportável, ao fim de cinco minutos.
De
RN a 5 de Janeiro de 2005
O que é que foste para lá dizer que o pessoal pôs-se todo ao largo;-))?
De
Carlos a 3 de Janeiro de 2005
Um dos locais que o meu imaginário sempre referencia, quando penso na ousadia de voar. Fiquei a saber que não corresponde ao modelo mas, João, em gosto de o sonhar da outra forma, genuína tribuna anarca do povo, mesmo com as paranóias que o povo também faz luxo em ter. Um dia lá irei, é romaria que quero respirar já que tanto sobre ela fantasio quando estabeleço trajectos imaginários.
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