![lthumb.mdf760180[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/lthumb.mdf760180[1].jpg)
Fecunda a entrevista com André Freire no último número da
Pública (revista do
Público aos domingos). Nela se abordam aspectos do jogo eleitoral que ajudam a ver as eleições com mais olhos de ver. Recomendo, portanto.
Particularmente interessante é a referência ao
fenómeno UGT:
"marca genética [do nosso sistema] é o facto de termos um partido de centro-esquerda e um partido de centro-direita que dividem o mesmo sindicato, a UGT, o que é uma coisa um bocadinho singular na Europa.. De facto, como entender o comportamento hiper-passivo da UGT quando a direita governa e faz as maiores tropelias contra os salários, os empregos e os direitos?
As alianças originais da formação da UGT e de que ela nunca se libertou, resulta, pelo menos, em duas graves consequências:
- Impede que o PS tenha uma força sindical autónoma que contribua, além do mais, para a caracterização política e social do PS no campo da esquerda.
- Facilita a vida a que a outra Central (a CGTP) funcione como corrente de transmissão (tão criticada) do PCP, em aliança desproporcionada com dois grupúsculos - a corrente católica-basista e a meia dúzia de sindicalistas do Bloco.
Estes dois factores geram ainda um terceiro: um bloqueamento da força sindical que impede não só a unidade como o poder reivindicativo. E, paradoxalmente, julgo que é o PS que menos ganha com o negócio, sendo seus principais beneficiários a direita/centro-direita (pela capacidade, quando governa, de atar as mãos à UGT) e o PCP (pela possibilidade de continuar a hegemonizar a CGTP na maior das calmas).