![Image1[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/Image1[1].jpg)
Anos a fio, a história, quase todas as histórias, esqueceram o
Massacre de Cassange como o ponto crítico para o arranque do ciclo de guerra e destruição, prolongado, lacerado e traumático, ainda mais que inútil, que nos marcou o destino de que tínhamos de sair de África aos trambolhões, a matar enquanto o fascismo respirasse mas com o sinal da derrota escrito nas estrelas.
Enquanto os políticos, os escribas e os centuriões imperiais puderam,
Cassange foi apagada na história, quando foi o grande sinal de que tudo ia arder. E, no entanto, sem saber e entender
Cassange, o resto são episódios atribuídos a uma teimosia, ao acaso ou atirado para as costas da geo-estratégia. Porque,
Cassange é a chave que explica que o colonialismo português não tinha, já não tinha há muito, nem com Galvão ou Delgado, reforma, sequer paz, que lhe valesse. Aquele estilo não tinha emenda, não era recuperável pelo acertar o passo. Adriano Moreira terá sido dos primeiros a não entender
Cassange, os outros menos ainda.
Agradeço ao
Mussele ter-nos avivado a memória.