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Pois, pela esquerda torce a esquerda. Cada qual à sua. Só falta entendermo-nos sobre a verdadeira esquerda e a falsa esquerda. A esquerda que é mesmo esquerda. Mais a esquerda simulada a fazer-se de esquerda mas a trabalhar para a direita. Para mais, e para baralhar, ainda há os que decretaram o fim da esquerda, outros que dizem que esquerda e direita foi chão que já não dá uvas. Etc e tal. Uma complicação, convenhamos.
Nos da esquerda, para arrumar as coisas em esquerda e direita, só quanto a partidos, a coisa é-lhes relativamente simples. Até mete PS e tudo. E contados os votos, somam-se todos e há festa porque o povo é maioritariamente pela esquerda. Está connosco. Com a esquerda. Viva.
Tudo se complica quando passamos a meter a mão na massa, isto é, quando se trata de governar. Uma chatice. Aí, o critério muda. Talvez tenha mesmo que ser. Se o PS governa, passa da esquerda para ser da esquerda com política de direita. O que é pior que ser de direita. Então, a boa esquerda, a esquerda que é só esquerda, não governando, fica na oposição à esquerda que é de direita, até vir a direita que é só direita governar e então volta tudo a ser de esquerda. Até o PS volta a ser de esquerda. Porque não governa. Mas só até governar em que volta a ser de direita. Vira o disco e toca o mesmo.
Portanto, o problema da esquerda está no PS. E durará até que o PS seja da esquerda que não é e o resto da esquerda é. Outro problema, que não ajuda, é que o PS tem mais votos que a esquerda que é. E com os votos que tem, não deixando a esquerda verdadeira governar, nem lhe fazendo a vontade de governar com o programa da contestação, preferindo um programa de governação. E governar, é de direita. De esquerda, é exigir.
PS à solta é que nem pensar. Se mesmo apertado com a maioria relativa, o PS é de direita, o que seria com o PS sem cabrestos? Um regabofe de direita, só podia. Sabe-se lá até que direita, o PS iria, se embalado? Não. O melhor é:
de governo de direita em governo de direita, continuarmos todos de esquerda. Porque, repito, esta é a única forma do PS ser dos nossos. De esquerda. E, assim, a maioria do povo português ser de esquerda. Viva!