É inteiramente justo o desabafo da
Sónia sobre o estereótipo que se vai construindo sobre a Madeira, lembrando, como madeirense que se preza, que a Madeira não é só Jardim e dando umas dicas porque é que ela é Jardim. O meu profundo respeito pela susceptibilidade manifestada e mais que compreensível.
O que não invalida a fatalidade de uma de duas coisas:
a) Ou os madeirenses arranjam maneira (com muita coragem, está visto) de se
desjardinarem (e o tal Serrão do PS vai em contra-mão ao clonar o palavreado do Jaime dos sifões);
b) Ou nós outros, mais o Orçamento, temos o direito de meter travão à mama da chantagem da ameaça pseudo-independentista.
Não basta aos madeirenses serem uns tipos porreiros e terem ilhas de magnífica beleza. Por muitas dificuldades de afirmação, não há por lá ditadura. E não estão isentos da culpa de, nas urnas e por voto secreto, eternizarem o mando ajardinado. Alguma coisa tem de saber bem à maioria (absoluta, não é?) para (re)apoiarem o Jardim.
Eu diria que o que nos falha não é a porrada na Madeira-Jardim. Penso que nisso até somos mais que benevolentes pois tirámos o homem da escala do admissível há muito tempo. Teremos é falhado no apoio às vozes da diferença madeirense (que não são aquelas que se desculpabilizam a dizer que, no continente, também há daquilo, porque isso não passa de uma forma de absolvição por via extensiva). Quanto ao resto, referendo já, e se querem a independência, andeke. Se possível, naturalizando (ou nacionalizando) o Pinto da Costa e oferecendo-lhe a Presidência do Arqupélago, como retribuição da simpatia, da amizade e do culto que este candidato a caudillo tem por aquele que lá está.