Uma parte da campanha está a ficar inquinada com vilanias tais que, julgo, é a transposição da incapacidade governativa para a incapacidade política. A incompetência dos medíocres não tem baias. O
PSL degradou o conceito de
causa pública e traz o lixo para o debate político. A isto chama-se nivelar por baixo até que o País, parafraseando o bom do Chico,
se transforme num imenso Pantanal. E a lama já é tanta que se atira lama e depois mostra-se a mão limpa à pressa no lavatório para tentar contabilizar efeito de donzela ofendida.
Infelizmente,
mea culpa em nome da minha molécula que entra nesta larga esquerda, o mote foi dado pela esquerda baixa. Louçã, o homem das frases definitivas como anátemas, o redentor dos desiludidos em trânsito, foi o que primeiro usou a vilania naquele que podia ser o combate político que mais facilmente podia ganhar. E, com isso, inquinou a esquerda perante a direita mais direita. Mas o enorme poder de atracção pela
irreverência bloquista funciona. Se eles são os
criativos, os
sem papas na língua, os
inconformistas radicais e os
protectores dos higiénicos e dos sem abrigo, quem lhes quer ficar atrás? Porque muito do marketing, o político como o outro, é um processo de imitação (até que se abra um novo ciclo criativo nos apelos). E qualquer produto gera sub-produtos.
Haverá retorno? Logo à noite, serei um de tantos que vão querer ver. Uma coisa é certa: em branco, é que eu não fico.