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Tudo indica que domingo vamos ter uma derrota nítida de Santana Lopes e o PS a olhar atarantado para a
maioria relativa que se lhe sentou no colo, sem saber como lidar com ela.
A ser assim, o resultado também será uma derrota de José Sócrates e do PS que escolheu este líder. Porque talvez não volte a acontecer a circunstância de um partido ter um naipe de circunstâncias tão favoráveis como as que se lhe ofereceram no quadro fresco da incompetência máxima a governar que foi esta passagem de Santana Lopes por São Bento.
Merecidos são um e outro castigo. Na medida em que se entenda castigo como forma de punição de pecado. Mas a questão está em saber se interessa punir ou redimir.
Infelizmente, no caso, castigar não é parte da solução. A menos que houvesse hipótese de reedição com ajuste de casting, de dinâmica e, sobretudo, de projectos. Não é o caso. Porque estamos a falar de governação de um país em situação crítica dos pontos de vista da economia, do tecido social e da auto-estima.
Com
maioria relativa do PS, impossíveis que são os entendimentos na banda esquerda (só por diletantismo, eles podem ser postos como exequíveis), das duas uma: ou saltamos para um processo de crises sucessivas (e o País aguenta?), ou então a configuração de, com um PSD revisto e liberto das
tralhas santanista e barrosista e da aliança com um parceiro pérfido e vampiresco, a reedição de uma fórmula de
bloco central (um retrocesso para a ambiguidade geradora de novas crises com o preço de nova descaracterização do PS e que desembocaria no acentuar do mito messiânico de Cavaco).
Pela minha parte, confesso, gostaria que Sócrates e o PS fossem
castigados com a
maioria absoluta, responsabilizando-os pelas mudanças necessárias. Melhor,
absolutamente responsabilizados perante o País. Sem álibis de qualquer espécie e sujeitos a todas as pressões de
esquerda. Com a festa possível do castigo adicional e merecido para quem andou armado em Primeiro-Ministro como se isso fosse parecido com ir beber um copo a um bar depois de jantar. Nas alternativas à vista, desconsolo por desconsolo, esta via parece-me a melhor para a esquerda e, sobretudo, para o País. Mas eu só tenho um voto. E não quero mais que este ínfimo poder de cidadania.