Em Cuba usufrui-se a vantagem de se saber antecipadamente quem é eleito nas eleições. Porque em Cuba tudo se planifica. E porque Cuba está livre das incertezas democráticas burguesas que atrapalham as revoluções, incluindo as revoluções falidas. A criatividade eleitoral cubana concertou em colocar 614 candidatos a 614 lugares na Assembleia Nacional. Nem mais um nem menos um, numa conta revolucionariamente certa.
Fidel Castro votou no seu leito de enfermo, cuja localização é segredo de Estado, pois a mesa eleitoral levou-lhe a urna à cama, não se sabendo se antes, depois ou ao mesmo tempo que lhe aconchegaram a arrastadeira para o chi-chi da manhã. E Fidel votou e foi votado com sucesso pois sabe-se já que foi eleito deputado pela cidade de Santiago de Cuba. O que demonstra a fidelidade do povo cubano para com Fidel, não lhe negando, na hora da convalescença prolongada, o direito à pertença, mesmo que em maca, ao pelotão revolucionário dos 614 deputados eleitos, numa disputa renhida 614/614.
Eleito foi Fidel e foram-no todos os candidatos. Um pleno que só espanta quem não vive ou olha Cuba como o climax democrático. O suspense resume-se agora na espera por 24 de Fevereiro para se saber se os 614 deputados eleitos votam Fidel como ditador de Cuba para mais um mandato.
Imagem: Raul Castro, o mano em gestão da tirania, no momento do seu voto. Com um "pioneiro" a comandar a urna eleitoral, segundo o hábito cubano de entregar a vigilância dos votos às crianças, tentando inculcar-lhes que, em Cuba, se nasce bolchevique caribeño (graças a Fidel).
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