Alguns, ou muitos, dos elogios a Luiz Pacheco serão para pagar dívidas de garantidas mudas de passeio caso o tivessem avistado vivo no fundo da rua com a ordinarice debaixo do braço. É que somos assim: o nosso contido comportamento social implica um alter ego ordinário a fazer o papel de humano. E esse alter ego ou se esconde ou se festeja quando morre. Apesar do muito inconformista que foi, Luiz Pacheco não se livrou do elogio geral e bem comportado na hora do enterro. É que fortes não são os homens, forte mesmo é a sociedade no seu imenso poder de pressão para nos normalizarmos pelo molde do correcto mas com direito ao escape imaginário de projecção vingativa em transgressores de estimação. E nisso, apesar de Pacheco ou com ajuda sua, pouco ou nada mudou. O que explica que tantos, agora, te lambam os berlindes (colhões lhes chamarias tu), ó Pacheco.
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