Segundo uns, o Tratado Europeu é coisa tão boa que dispensa referendo, bastando os votos dos deputados. Segundo outros, o mesmo Tratado é tão mau que, por isso, só por isso, deve ser referendado. Estranhas formas estas de afunilarem, levando águas ao mesmo moinho, a dignidade da consulta por referendo para o exercício de soberania sobre o que não presta. Com os do meio, os do duplo Sim (ao referendo e ao Tratado), aqueles com a mania de serem europeístas por congregação evidenciada de vontades, a fazerem figuras de ridículos pregadores no deserto (figura que me vejo a fazer). Então, há algo que bate mal no princípio constitucional do recurso ao referendo. Tanto assim que ele é dispensado para ratificar algo de historicamente positivo, assim defendem os entusiastas do Tratado e da ratificação parlamentar, enquanto os que dele nojo têm se empenham em o referendar só para o rejeitar. Logo, o problema não está no Tratado mas sim no referendo. Referende-se, então, o referendo.
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