O “caso Luísa Mesquita” é, bem mirado, de uma irrelevância quase absoluta. Ao nível do desaguisado entre compadres e comadres do mesmo bairro partidário, esse degradado bairro partidário em que Jerónimo de Sousa transformou a herança política do PCP. Tudo espremido, não se encontra uma razão sólida invocada para Luísa Mesquita se zangar com a direcção do PCP, nem para o PCP se empenhar, muito menos com a sanha exibida, em expulsar uma deputada cuja localização partidária só é imaginável no PCP, quiçá no seu olimpo. O que não evita que comunistas e muitos não comunistas tenham razões para passarem a albergar uma nova dose de azia unitária. É que, a partir de agora, em termos de embirração fácil e para um zurzir colectivo, Zita Seabra passa a ter companhia. Uma nova expelida insustentável, Luísa Mesquita, faz-lhe companhia como alvo de chacota, a fácil. E também a dissidência necessita de renovação.
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Adenda: Leia-se o artigo de Domingos Lopes (militante do PCP e ex-membro do seu Comité Central) na edição do "Publico" de 30/11 (não disponível on-line) sobre o tema. O qual confirma que os mais indicados para desvendarem os truques da casa são mesmo os antigos dirigentes do PCP. Quando abrem a mente, soltos da disciplina, até se tornam clarividentes. Até lá, atrofiam-se a obedecer e serem obedecidos.
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