Perdemos Maurice Béjart. Lembro-o lembrando o que um companheiro inspirado lembrou:
Eu, e porventura muitos como eu, contentávamo-nos em assistir espantados aos espectáculos que ele montava.
Permitam-me que, dentre todos, recorde um, em Lisboa, onde no fim entre intermináveis aplausos, Maurice Béjart chegou-se à boca de cena e condenou o fascismo português. A plateia levantou-se ainda mais e se me lembro saiu-se do teatro numa arruaça tremenda. Béjart foi obviamente expulso nessa mesma noite. Mas o escândalo e a repercussão internacional do seu gesto fizeram o regime dançar freneticamente uma dança de S. Vito. Sem aplausos da plateia internacional e dos jornais de todo o mundo que relataram a acção do grande coreógrafo que de todo o modo ainda estava em início de carreira.
Nem que fosse só por isso, querido Béjart, muito obrigado.
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