Foi como visitar uma relíquia cinéfila, o reencontro com Jacques Tati anteontem em tele-serão (coisa que me é rara). Com um filme que é uma autêntica colheita de reserva que o tempo requinta sem criar depósito. O humor do insólito mais absurdo e mais genial retratando, no pós-guerra, a resistência ronceira da França saída de Vichy ao empurrão frenético do “time is money” alavancado pelo reerguer interessado do Plano Marshall e que, pesados todos os prós e contras, foi o responsável primeiro de, na Europa não pisada pelas botas do Exército Vermelho, se ter verificado a desnazificação sem queda na antípoda sua gémea. Permitindo, exemplo maior, o génio de Tati, um preço sem direito a regateio. Ainda embalado nesta fruição de dimensão caseira, constato que algures, lá no centro, tive companhia cinéfila para o mesmo ritual de culto. O que significa que, sem se sair de casa, se pode ir ao bom cinema e bem acompanhado.
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