A eleição para o Conselho da ONU de Direitos Humanos de Cuba, China e Arábia Saudita, bem sabidos como os principais países onde está institucionalizada a violação dos direitos humanos, ou seja, onde essa violação desce do poder estabelecido para a sociedade e os cidadãos, é uma prova do anacronismo diplomático que vinga nas relações internacionais e que fazem parte da sua elevada componente de inutilidade. Além, é claro, de darem a este Conselho a marca de completa ausência de autoridade. Que, no caso, lhe dá valor zero, a não ser segundo o critério do eventual valor do ridículo.
A dogmatização do princípio de “não ingerência nos assuntos internos” tem destes efeitos perversos. Mas a observância do cumprimento dos direitos humanos, a denúncia das violações a eles e a condenação dos prevaricadores, só é possível com “ingerência”. E grossa e enérgica “ingerência”. Só praticável por gente e instituições com as mãos limpas. Nunca pelos violadores maiores. Assim, não passa de uma vergonha. Uma vergonha diplomática mas vergonha nossa, também. No mínimo, por falta de vergonha para com o descrédito.
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