Terça-feira, 23 de Outubro de 2007

É bom que se leia: “Varias sentencias judiciales empiezan a poner coto a la impunidad en la Red - Los casos de 'cibervandalismo' obligan a muchas páginas a moderar el 'tráfico'”.
Obviamente que esta questão será sempre polémica. Dê-se a volta que se der. Mas, de qualquer forma, a cobardia do “cibervandalismo” tem de ter seu termo sob risco de a blogosfera se transformar num chiqueiro que a cobardia (e a maior parte do lixo disfarçado de “comentário” tenta ser anónimo), pensando ser impune, utiliza para defecar. E concordamos que um autor que permite, em nome do princípio abstracto da não censura, o depósito no seu blogue de actos de “cibervandalismo”, é não só conivente com a sua proliferação como co-responsável pelo lixo que permite que o seu blogue transporte, devendo responder como seu co-autor. Aqui, reafirmamos o princípio (regra editorial do autor): “toda a discordância é permitida e bem vinda, agradecida até, mas para o insulto e a prosa-lixo, dirigida ao autor ou a terceiros, descarrega-se o autoclismo”.
De nelson anjos a 24 de Outubro de 2007
A análise, bem como a crítica implícita no texto, afiguram-se-me, no mínimo, de alcance profundamente reduzido e redutor.
Em boa verdade, na minha opinião, os principais produtores de lixo da blogosfera são, antes dos comentadores os próprios bloggers, com a sua abundante – mas na generalidade de fraca qualidade – produção. A velocidade de rotação do produto, imposta pela concorrência e pela necessidade de satisfazer a cultura de consumismo instalada (também na blogosfera) leva a que a qualidade – e o tempo de reflexão necessário, quer a quem a produz quer a quem a consome – ceda inexoravelmente lugar à superficialidade e ao lugar comum. E é esta prolífera produção que constitui, antes de qualquer outra coisa, as toneladas de blogolixo, que me parecem dificilmente removíveis através de medidas de natureza administrativa (e ainda menos com simples descargas de autoclismo).
Por mim, hoje, quando me refiro a um blog e digo dele que é bom, o que quero dizer é que, no vertiginoso e imparável fluxo diário de vulgaridades, na generalidade comum a todos, de vez em quando publica um texto cuja qualidade justifica a leitura e a necessária reflexão.
Embora o tema dê pano para mangas, não estando em casa própria resta-me apenas remeter os frades e as beatas mais puristas, das sacristias da blogosfera, para a necessidade de, em vez de atacarem as manifestações do mal, atacarem a sua origem: eles próprios e a sua cultura de consumismo do post diário (para já não falar dos muitos posts diários).
Para todos os efeitos julgados necessários, aqui fica a minha identificação conforme consta do meu BI:
Nome: Nelson do Rosário Anjos
BI nº 1589399 de 28 de Dezembro de 1998 – Lisboa
Naturalidade: Alcobaça
Data de nascimento: 28/04/1945
Estado Civil: divorciado
Concordo que há muitos blogues-lixo. Mas esses não incomodam ninguém, não se lêm e pronto (é como os canais-lixo na tv, os jornais-lixo e os livros-lixo). No meu caso, tenho a minha selecção (só consulto uma parcela ínfima da blogosfera) e ela é dinâmica. Com os "comentários"-lixo é diferente. Eles penduram-se num blogue alheio, em boleia, atrelando-se e parasitando responsabilidade de outras pessoas. E se cada um responde pelo que escreve num local por si criado e sob sua pessoal responsabilidade, não tem de(não deve) asilar web-vandalismos alheios, co-responsabilizando-se por eles. Fica aqui publicitada a sua opinião negativa sobre a blogosfera de que não comento a sua eventual costela masoquista por perder tempo a ler e a consultar aquilo que tão veementemente detesta. E como desta vez não insultou ninguém livra-se do autoclismo.
De nelson anjos a 25 de Outubro de 2007
A pólis emergente, que é a weblog, e a nova domus – o blog – irão certamente dar também origem a uma nova ética de webcidadania. Mas ainda não estamos lá e, ao abrigo do velho direito, é indiscutível que na minha casa mando eu. De tal modo que, qualquer tentativa de fundamentar e dar força a este dado à priori – como diria Kant – terá sempre e só o efeito perverso de conseguir o seu contrário.
Não fora o arrazoado ingénuo de João Tunes (JT) – e apenas isso está em causa – ele estaria já confortavelmente desparasitado de mim, não gastaria mais gasolina a dar-me boleia e, – crime dos crimes – pouparia o precioso líquido do seu respeitável autoclismo.
Penso que se deve a Pacheco Pereira a teoria da “parasitagem bloguista”. Que, sagaz como é, a abandonou de imediato ao dar-se conta do pântano por onde se metia. Ficou contudo o cliché, que vai servindo como argumento último para dirimir contenciosos de escada, entre comadres desavindas.
Com efeito, queixarmo-nos dos malefícios da “parasitagem” prosseguida através das caixas de comentários, faz o mesmo sentido que, muito embora reconhecendo as virtudes da água, apontar-lhe o irritante “defeito” de ... molhar.
Estou profundamente persuadido que JT é um homem honesto e inteligente, e nem sequer aquele pequeno truque de me pôr a dizer coisas que eu não disse, para validar a sua crítica, é suficiente para abalar a minha convicção. Acontece porém que, nem o mais forte e saudável se encontra a resguardo de uma qualquer situação de crise. Veja-se o caso do BCP. Dizem os entendidos tratar-se de uma crise de crescimento. Pois que assim seja e que a de JT seja do mesmo tipo.
Aqui lhe deixo os meus votos de uma rápida recuperação. A Blogosfera precisa de si.
Nome: Nelson do Rosário Anjos
BI nº 1589399 de 28 de Dezembro de 1998 – Lisboa
Naturalidade: Alcobaça
Data de nascimento: 28/04/1945
Estado Civil: divorciado
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