Quarta-feira, 10 de Outubro de 2007

Esta interpretação do líder da CGTP
O líder da CGTP disse hoje que as últimas polémicas entre o primeiro-ministro e os sindicatos têm um objectivo claro, considerando que José Sócrates está a tentar pôr um travão na mobilização para o protesto agendado para 18 de Outubro.
Em conferência de imprensa, Carvalho da Silva reafirmou que o caso da PSP da Covilhã não foi um caso isolado, mostrando-se convicto de que se trata de mais um episódio de uma estratégia mais vasta.
«O primeiro-ministro, com esta sua actuação de procurar a todo o custo radicalizar os protestos para os descredibilizarem, tem como objectivo diminuir a base de mobilização dos trabalhadores para a grande manifestação que vamos fazer por uma Europa Social e por emprego com direitos no próximo dia 18», afirmou.
não tem ponta por onde se pegue. O efeito natural das intervenções desastradas de Sócrates e de seus servidores com excesso de zelo, relativamente aos sindicatos, ao contrário do que afirma Carvalho da Silva, é, pela indignação gerada, a fundamentada e a empolada, aumentar o potencial de mobilização para manifestações e protestos. No caso, com o contributo adicional de todos os partidos da oposição que, como lhes competia, não perderam a oportunidade proporcionada para defenderem as “liberdades democráticas”.
O que Carvalho da Silva podia dizia, compreendendo-se que não o tenha dito, é que a mobilização para o dia 18 não estava a correr muito bem e agora, para compor as coisas, há que somar ao efeito directo das calinadas do governo, um eco e élan adicionais pela exploração da vitimização sindical e das liberdades ameaçadas a fim de tentar ferver uma mobilização morna. E, para tudo isso, Sócrates deu-lhes, à CGTP, ao PCP e ao BE, uma generosa ajuda.
J.Tunes:
Mesmo que não tenha ponta por onde se lhe pegue
( vamos admitir que sim, para bem da lógica argumentativa) e pegando no post para o qual o J.tunes auto remete, a realidade é que o J.tunes, está cair num erro aqui: desculpabilizar o Sr Sócrates.
Ele pode ter toda a aversão que quiser a sindicatos. Não pode é dar instruções para que se proceda a intimidação dos mesmos, nem pode afirmar que faz diferenças entre sindicatos e professores. Como se um sindicato de professores não fosse constituído por professores mas por leiteiros.
O seu ponto acerca dos serventuários zelosos no post a que remete também dá que pensar. Mesmo que seja verdade o que descreve ( admito que sim para lógica do argumento...) o problema é que o caso ou casos deste tipo continuam-se a repetir. Se se continuam a repetir é porque o Sr Sócrates nada faz para que eles parem, logo, a omissão dele está a dar força aos actos dos serventuários zelosos. Isso não é de propósito?
Se nada faz para parar com os excessos dos serventuários não acha legitimo que se desconfie do carácter democrático do personagem? E que surja a contestação?
Mais: vamos supor que os professores não sindicalizados nem ligados a partidos políticos decidiam de repente fazer um sindicato independente.
Ele repetiria o mesmo discurso tentando colá-los ao PCP? Ou não?
Consegue o J. Tunes ter uma resposta para isso e honestamente dizer que o homem não iria imediatamente atacar uma situação destas como o tem feito até aqui?
Você está a ser muito ...... tolerante ( à falta de melhor expressão) ...... para com o Sr Sócrates. Fica-lhe bem, mas o personagem já conseguiu demonstrar que não merece tanto apoio e tolerância. Pelo menos não merece o seu...
(mas isto sou eu que acho, por isso mande-me tomar banho...)
Esta é uma polémica inventada. Se ler aqui: http://agualisa6.blogs.sapo.pt/389564.html e aqui: http://agualisa6.blogs.sapo.pt/392462.html, verá que, no essencial, estamos de acordo. E eu escrevi: "Mas muito pior que o discurso de Cavaco Silva, inócuo mas bem intencionado, foi a gravíssima frase de comentário de Sócrates do “não confundam professores com sindicatos”, afirmando que está com os primeiros e não com os segundos. E esta declaração é tanto mais insuportável quanto a inoportunidade da data escolhida para a proferir. Porque é prova do mais profundo espírito antidemocrático tentar separar, ou colocar como polos contraditórios, sindicatos e sindicalizados. Poderia dizer que a educação é muito mais que o sindicalismo dos professores. Também podia acrescentar críticas às formas como os sindicatos dos professores resistem à reforma e à modernização do ensino. Até falar da excessiva politização do sindicalismo. Ou falar dos professores sem falar dos sindicatos. Mas nunca da forma como o fez, socavando politicamente um dos aspectos fundamentais do regime democrático, o da livre organização e actividade sindical. Para mais, relativamente a um sector sindical, onde não só a taxa de sindicalização é alta como é das mais plurais em termos político-sindicais." e "Sócrates perdeu a cabeça com a febre do seu sindroma sindical. São muitas e seguidas as suas calinadas (graves) neste domínio. E, como era previsível, os seus tiques autoritários de nojo serôdio pelos sindicatos encontraram logo terreno fértil para que uma legião de pequenos e médios subordinados servis quererem "apresentar serviço" para agradar ao chefe, típico dos bem conhecidos papistas zelosos. Sobretudo da parte dos que servem no campo da ordem (GNR, PSP, governadores civis). A obsessão antisindical de Sócrates, se ele não se curar depressa, acarta a água necessária para que o moinho da instrumentalização política dos sindicatos ensaque uns alqueires bem medidos de farinha de indignação e luta. Enquanto Sócrates se vai transformando num caso mal cheiroso em termos de higiene democrática. E poderá ainda, se não meter freio, evoluir para um caso de alguém que conseguiu diplomar-se com um imerecido diploma de estatuto político se vier a cair pela pressão oferecida de bandeja a um grupo minoritário que constrói a sua força partidária através da manipulação persistente sobre uma força social cristalizada, mas detentora de um saber adquirido em movimentações organizadas por profissionais que delas dependem como modo de vida. Com a prestimosa ajuda colateral de um PS gordo e gorduroso, atento e obediente, e que, transformado em partido de eleitos e nomeados, se deixou deslizar da esquerda para o centro-direita, caudilhando-se a um líder cujo grande mérito político de afirmação foi ter metido um golo na baliza do "frangueiro" Santana Lopes. " Tolerante para Sócrates? Acha? Acha mesmo? Ou vc tem a ambição de ser ventríloco deste blogue, repetindo posições e linguagem?
Toda a razão João. Bem posto o dedo na ferida. Frases dessas podem resumir-se a "os professores, em geral, até são boas pessoas. Há é para ia umas ovelhas ranhosas, sindicalistas, comunas, enfim gente de mau carácter, que não merece o nosso respeito"
E vá lá que desta vez estamos de acordo ;-)
De Carlos Delgado a 11 de Outubro de 2007
"O que Carvalho da Silva podia dizer, compreende-se , é que a mobilização para o dia 18 estava a correr muito bem e agora, para compor as coisas, há que somar ao efeito directo das calinadas do governo, um eco e élan adicionais pela exploração da vitimização sindical e das liberdades ameaçadas a fim de tentar ferver uma mobilização .
E, para tudo isso, Sócrates deu-lhes, à CGTP, ao PCP ao BE,e aos portugueses em geral uma generosa ajuda.
Correcção de um pedaço deste post .
Que com o devido respeito penso que se adapta melhor à realidade
Ora escreva assim, com as suas exactas palavras, lá no seu blogue. Porque aqui não se usam correctores ortográficos oferecidos por candidatos (falhados) a controleiros. Isto está mal mas ainda não chegámos a Cuba e à Coreia do Norte.
João, acho que a parte relevante era o acrescento "aos portugueses em geral" e não qq correcção ortográfica.
Eu tinha pensado o mesmo, ainda bem que alguem se antecipou a dizê-lo e levou a "bordoada"...
De João a 13 de Outubro de 2007
Não concordo. No caso presente, Sócrates tenta usar as tácticas do senador Mac Carthy (de triste memória) para "radicalizar os protestos para os descredibilizar", o que "tem como objectivo diminuir a base de mobilização dos trabalhadores". É verdade!
Não terá contado o primeiro-ministro com a ira de todos aqueles que andam a protestar e não são comunistas...
Ena pá, já vamos no Mac Carthy...
De Anónimo a 15 de Outubro de 2007
porque será que o sindicato recebeu os agentes policiais?
Poderia e deveria não os receber e então denunciaria a situação, mas não lhes convinha.
Por tudo issso meus amigos, nesta história mal contada <NÃO HÁ INOCENTES<
De Anónimo a 15 de Outubro de 2007
não há inocentes,
quando uma autoridade vai a casa de uma pessoa tem de levar uma ordem do tribunal, ou então a entrada é-lhe recusada também por lei.
Mas foram recebidos pelo sindicato, sabe-se lá porquê?
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