Do depoimento de José Niza:
No final do Verão de 1971, o primeiro disco que dirigi e produzi foi o do Adriano – Gente de Aqui e de Agora. Nuno Pacheco, crítico musical e hoje director-adjunto do jornal Público, escrevia há dez anos, o seguinte: «Gente de Aqui e de Agora” é, visto à distância de décadas, o mais consistente dos álbuns de Adriano e um dos melhores da música portuguesa de todos os tempos».
Foi este o último disco que o Adriano gravou antes do 25 de Abril. Só regressou aos estúdios quatro anos depois, em 1975. E, pela última vez, em 1980. Os alinhamentos partidários da maioria dos cantores de intervenção, que se seguiram à Revolução dos Cravos, criaram barreiras intransponíveis em toda a esquerda. A situação radicalizou-se de tal forma que o Manuel Alegre e eu fomos excluídos. As nossas canções deixaram de ser cantadas nos «cantos livres» e nas festas do Avante. Embora o Manuel Alegre e eu fossemos os autores que o Adriano de longe mais cantou, tudo acabou em
Foi uma fase dolorosa e prolongada. Continuei a dar-me com o Adriano – até morávamos na mesma rua, nos Olivais-sul – mas já não era como antes. A sua repugnante expulsão da cooperativa comunista Cantarabril constituiu para ele (talvez) o mais rude golpe da sua vida. Um drama que ele viveu sozinho, sem queixumes nem revolta explícita.
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