Terça-feira, 21 de Agosto de 2007

PARA NÃO SE FALAR SEM SE SABER DO QUE SE FALA (ou se destrói)

001h2ksq

 

Para os que não invocam o direito à ignorância, mesmo quando santa, leia-se o que um blogger professor de biologia molecular escreveu sobre os agora famosos transgénicos.

Publicado por João Tunes às 15:37
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3 comentários:
De Manuel Correia a 21 de Agosto de 2007
Estranho que dois aspectos, apenas, tenham sido descurados no poste que nos dás a ler: o 1º é o de que, em regime generalizado de controvérsia não podemos fazer as simplificações que o JVC faz, pondo, de um lado, a ignorância activista e, do outro, os cientistas diabolizados. Não é assim. Diferentes perspectivas (+ ou - pró precaução), têm diferentes discursos científicos a suportá-las; o 2º é aparecer aparentemente desligado da ofensiva da Monsanto e quejandas, das suas estratégias e do balanço negativo que alguns fazem da aplicação dos OGM na produção agrícola. Sei que num poste não cabe tudo. Então porquê a pressa em confundir os que estão contra com esse estereótipo tão conveniente do activismo mentecapto?
De João Tunes a 22 de Agosto de 2007
Claro que deixo ao JVC a opção de responder, se o entender, à tua interpelação.
De JVC a 22 de Agosto de 2007
O comentário de Manuel Correia parece-me significar claramente uma crítica a uma atitude minha maniqueista. Certamente que exagerei na classificação generalizadora de ignorantes atribuída a activistas. De facto, em muitas reuniões, desde há muitos anos (lembra-se dos Fóruns Ecologistas e Alternativos?) claro que discuti com muitos Ribeiro Telles, com muitos Delgado Domingos, mas a maioria era de jovens simpáticos mas irracionalmente pós-modernistas. Está a haver um "tecnomedo" em parte compreensível, mas explorado indecentemente pelos Savonarolas que sempre bradaram virtudes ao longo da história (ou os nossos frades assassinos do racionalista herético de S. Domingos), ou de pessoas que hoje falam com o típico ar, estilo de voz, olhar iluminado, de ungimento monástico.

No entanto, em relação ao essencial desta questão, rejeito por inteiro a acusação de maniqueismo. Não posso ter a certeza de ser o único, mas nesta discussão a preto e branco, tenho tentado introduzir o cinzento essencial da gestão de riscos, coisa de que tenho alguma experiência, certamente muito mais do que Miguel Portas e outros destacados intervenientes públicos neste debate (não me refiro a si, por falta minha de informação). Quando me refiro a gestão de riscos é, obviamente, na perspectiva de custos-benefícios.

Afinal, quando o cidadão comum se mete no carro para férias, Verifica o nível do óleo e a pressão dos pneus e escolhe a estrada e a hora mais segura, o que é que está a fazer, senão gestão de riscos? Mas pode garantir que não lhe vai rebentar um pneu ou que um bêbedo não lhe vai chocar de frente? A outra atitude é "não quero transgénicos porque não quero, porque têm riscos. Da mesma forma, logicamente, não vou para a estrada, fico em casa, no bunker que mandei construir debaixo da garagem". A propósito, da última vez que vi Miguel Portas, já há bastante tempo, fumava que nem chaminé. Já deixou de fumar? Sabe qual é o risco do fumador passivo?

O português médio, e até os estudantes universitários que me chegam às mãos, são iliteratos no domínio, mesmo que apenas intuitivo, de coisa tão importante na nossa vida moderna como é o cálculo e valorização das probabilidades. Ora aqui está uma boa ocasião para os fazer pensar.

Finalmente, a sua última consideração de teor político. Fica bem, mas não vou entrar na discussão sobre quem é mais de esquerda, se o Manuel Correia se eu.

Sobre tudo isto, escrevi hoje um comentário desenvolvido em resposta a um comentário (https://www.blogger.com/comment.g?blogID=35132848&postID=8418389720705424875) no meu "post".

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