Pires de Lima, o gestor com look de boxeur peludo na bancada do CDS/PP, gabou-se, nas fuças de Sócrates, o primeiro-ministro, que os membros democrata-cristãos da sua bancada parlamentar, eram prolixos a parir filhos. E confirmou que, só de uma assentada, a sua bancada parlamentar tinha dado 3 (três) infantes à luz da posteridade lusitana e para bem da sustentabilidade da segurança social. Disputando como objecto, presumo, a vanguarda proletária à bancada oposta, a liderada por Jerónimo, o metalúrgico, bailarino e fadista, mas líder do proletariado sempre. Pois que se disputa não houve, sobra a hipótese perversa de Pires de Lima estar a aumentar o proletariado para o Jerónimo os educar, depois, em lutas, greves, comícios e “manifes” e a gostarem de democracia à moda de Cuba e da Bielorússia.
Isto foi num debate de ontem na Assembleia da República. Poucas horas antes dos bispos portugueses reunirem e concluírem sobre a delicada matéria teológica do preservativo. Por um triz, pois. Surpreendendo meio mundo, os castos bispos concluíram, após aturados debates, embora não tão mediaticamente transparentes quanto os parlamentares, que, em determinadas e definidas circunstâncias, havia autorização para meter a camisinha no dito antes de o enfiar na dita (ou o dito no dito, em versão para homossexuais).
[esta do dito no dito, é uma extensão, quiçá abusiva, de adaptação liberal e constitucionalista do pronunciamento dos bispos, tendo em conta que estes nada obstem, ou venham a obstar, à transposição das normas bispais para o articulado das normas constitucionais que garantem a plena liberdade de orientação sexual]
Como Pires de Lima falou antes de falar o porta-voz da reunião dos bispos, ficam lancinantes dúvidas:
- O pico da reprodução proletária da bancada parlamentar do CDS/PP foi, afinal, uma mera questão de calendário em que os bispos se atrasaram a reunir e decidir?
- Ou foram os deputados PP, em consonância de impulsos parentais mais gosto pelo truca-truca, a adiantarem-se, guiados pela mãos pagãs e sensuais de Vénus e Afrodite, mais o espicanço das setas de Cupido, com o belzebú da luxúria a entesar o dito e a apetecer-lhe a dita, não contendo, assim, os calores da hora sexual a tempo de escutarem as últimas modernices dos bispos e, poupando em católicas camisinhas (ora permitidas), ofertarem, quiçá inutilmente, mais proletas às lutas do Jerónimo e à sustentabilidade da segurança social?
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