
Entre os grandes crimes concentrados cometidos pelo comunismo conta-se o genocídio social levado a cabo quando os comunistas do Cambodja (os “khmer vermelhos”), liderados pelo psicopata marxista-leninista Pol Pot, exterminaram, em quatro anos, dois milhões de compatriotas.
Um dos responsáveis dos centros de tortura e extermínio, Kang Kech Ieu ('Duch'), na foto, tendo dirigido as execuções de 14.000 pessoas, vai finalmente ser sujeito a julgamento, com supervisão da ONU, sob acusação de ter cometido crimes contra a Humanidade.
Entretanto, Kang Kech Ieu ('Duch') diz que mudou de religião, trocando o marxismo-leninismo pelo cristianismo. Com um vigor tal que diz ser uma reincarnação de São Paulo com a missão de propagar a palavra de Deus. Veremos se lhe serve de atenuante.
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Adenda: Para uma versão mais radical mas, também por isso, mais directa e acutilante, recomenda-se a leitura deste post de José Manuel Correia que está em linha com um seu comentário aqui colocado.
De Anónimo a 1 de Agosto de 2007
Leonor simões said
Para escrever um post destes é preciso estar cego de raiva, preconceito e anticomunismo doentio e incurável..
Identificar os Kmers Vermelhos com o «comunismo» no rigor da história só apanhará pela certa os comunistas chineses OU MELHOR OS GOVERNANTES CHINESES DA ÉPOCA.
Essa factura dos kmers vermelhos deve ser passada aos Pachecos Pereiras e «tutti quanti» navegaram nessas águas.
E o João Tunes não se devia esquecer que quem - e a meu ver muito bem porque um genocidio de dois milhões de pessoas vale mais que as regras de não inteferência noutro Estado - derrotou e escorraçou do poder os criminosos dos Kmers Vermelhos foram os comunistas vietnamitas e as forças armadas da República do Vietname.
E já agora, talvez o João Tunes não saiba que FORAM OS EUA QUE, DURANTE ANIOS E ANOS DEPOIS DA DERROTA MILITAR DOS KMERS VERMELHOS, OS MANTIVERAM NA ONU COMO REPRESENTNATES DO CAMBOJDA OU KAMPUCHEA.
De Anónimo a 1 de Agosto de 2007
Leonor simões said
Para escrever um post destes é preciso estar cego de raiva, preconceito e anticomunismo doentio e incurável..
Identificar os Kmers Vermelhos com o «comunismo» no rigor da história só apanhará pela certa os comunistas chineses OU MELHOR OS GOVERNANTES CHINESES DA ÉPOCA.
Essa factura dos kmers vermelhos deve ser passada aos Pachecos Pereiras e «tutti quanti» navegaram nessas águas.
E o João Tunes não se devia esquecer que quem - e a meu ver muito bem porque um genocidio de dois milhões de pessoas vale mais que as regras de não inteferência noutro Estado - derrotou e escorraçou do poder os criminosos dos Kmers Vermelhos foram os comunistas vietnamitas e as forças armadas da República do Vietname.
E já agora, talvez o João Tunes não saiba que FORAM OS EUA QUE, DURANTE ANIOS E ANOS DEPOIS DA DERROTA MILITAR DOS KMERS VERMELHOS, OS MANTIVERAM NA ONU COMO REPRESENTNATES DO CAMBOJDA OU KAMPUCHEA.
discordo.
os kmers vermelhos eram tão comunistas como o são as FARC. aliás o pesadelo no cambodja acabou com a invasão pelo vietnam, esses sim eram comunistas.
cumprimentos.
Discordo da discordância. Evidentemente que a patologia marxista-leninista tem variantes psicóticas diferentes mas entroncam no mesmo princípio de justificação do extermínio (social, partidário, pureza partidária) assente no princípio da luta de classes conduzida por uma vanguarda auto-proclamada como redentora e que propõe (o princípio vem desde o "Manifesto do Partido Comunista" de Marx) dirigir uma caminhada para a Igualdade, extirpando a exploração do homem pelo homem, pela liquidação (sic) da burguesia enquanto classe (em termos individuais dos enquadrados na "classe burguesa", conceito que sabemos ser ilimitadamente elástico, implica liquidar os seus membros até que, pelo menos, a "classe inimiga" perca capacidade de intervenção social e política). Associado à liquidação da classe burguesa (nacional e internacional), em simultâneo ou em complemento, há que purificar o partido para o manter genuíno e purificado/purificador. É então o momento das "purgas", a hora de uma facção comunista liquidar a outra facção comunista considerada rival (e, por isso, aliada objectiva da burguesia). O número de vítimas, os métodos utilizados, esses sim dependem dos cambientes da ética comunista da facção no poder, das condições ncionais e internacionais e, talvez o factor mais importante, da perversidade psicopática do dirigente supremo. Em todos os lugares onde os comunistas atingiram a hegemonia do poder, a natureza criminosa da ideologia marxista-leninista exprimiu-se pela opressão, pelo extermínio e pela irradicação de uma justiça assente no respeito pelos direitos humanos (um burguês, um contra-revolucionário, perde a qualidade humana pois essa é restringida ao universo dos "humanos proletários", numa primeira fase, e aos "humanos proletários conscientes" depois). Foi assim com Lenine, onde se liquidavam massivamente adolescentes suspeitos de deliquência, socialistas não comunistas (mencheviques, sociais-revolucionários, anarquistas), burgueses, "brancos", operários reivindicativos. Foi assim com Estaline, primeiro liquidando milhões de camponeses (os "kulaks") passou ao extermínio de centenas de milhares de comunistas, para culminar na deslocação de etnias e nacionalidades inteiras, na liquidação dos soldados soviéticos feitos prisioneiros pelos nazis, só sendo evitada com a sua morte uma reedição do Holocausto em que preparava o exterminio dos judeus soviéticos. Foi assim na China de Mao. Foi assim na Cuba de Fidel. Foi assim no Cambodja de Pol Pot. Foi assim em toda a parte onde o comunismo chegou ao poder. Está na essência do comunismo: o crime, o crime em massa, faz parte da sua receita para nos fazerem felizes. É gente perigosa. E, nessa gente perigosa, as pessoas que não são perigosas (e estas também lá existem) teriam, em caso de poder, oportunidade de se espantarem quando lhes chegasse a hora de serem liquidados por falta de firmeza na passagem de revolucionários a carrascos. Claro que os comunistas sem poder, poder hegemónico, podem dizer que eles, contrariamente a todos os outros que usaram o poder, qunado chegassem ao poder fariam só o bem sem se contaminarem pelo mal. Pura demagogia (ingenuidade e alienação religiosa em alguns casos) pois quando defendem, desculpam e justificam os crimes (ou alguns dos crimes) do uso do poder absoluto pelos comunistas, mostram a sua total aptidão a imitá-los. Pol Pot foi um caso especialmente odioso da psicopatia comunista mas obedeceu ao genuíno paradigma do poder comunista (no caso, pretendia liquidar as classes "hostis" - os citadinos, os intelectuais, os não camponeses). E convém ter em conta que o combate aos "khmer vermelhos" pelos comunistas vietnamitas não se deveram a qualquer sentimento humanitário ou aversão ao modelo khmer, foi, isso sim, um conflito entre Estados fronteiriços com pretenções hegemónicas regionais. O Vietname invadiu o Cambodja e destituíu os "Khmers vermelhos" após a China tentar invadir o Vietname (tendo chegado a ocupar uma sua faixa) e utilizar o Cambodja como território de passagem e como ariete contra a integridade do Vietname. E se o PCP se distanciou dos "khmer vermelhos" e apoiou e apoia os comunitas vietnamitas foi pelo seu constante seguidismo pró-soviético no diferendo sino-soviético (o Vietname era pró-URSS, os khmers eram pró-China).
De
JMC a 2 de Agosto de 2007
Entre muitas outras particularidades, os comunistas têm uma tendência inata para a falsificação. Reescrever a História é uma das variantes, e dentro desta está o negacionismo.
O comunismo, melhor dito, os regimes comunistas, não eliminaram milhões de pessoas, não encarceraram em condições humilhantes, não deportaram em massa, não provocaram deliberadamente fomes dizimadoras, não internaram em hospícios. Não, não podem ter feito tais barbaridades, pela simples razão de que são os portadores da ideologia mais humanista que existiu.
Negada a possibilidade, por princípio, perante a irrefutabilidade da prova vem a negação da condição de comunista aos regimes que cometeram tais barbaridades. Na impossibilidade de ilibarem os regimes, sob pena de negarem a mais clara evidência, sucede a negação da qualidade de comunistas aos respectivos chefes. E assim sucessivamente.
Como ainda mantêm uma paixoneta por Estaline, o pai dos povos, e resistem a qualificá-lo de bárbaro sanguinário, os comunistas jogam mão de outro subterfúgio: contrapõem às vítimas do comunismo as vítimas do imperialismo, na esperança de que a contabilidade lhes seja favorável. Ora, a contabilidade, mesmo recuando aos primórdios do capitalismo, continua a apontar o comunismo como a ideologia mais sanguinária. Sem margem para quaisquer dúvidas, porque os números, mesmo com estimativas por baixo, não mentem.
Na grotesca tentativa desesperada de encontrar quem seja mais sanguinário do que eles, os comunistas são de uma desfaçatez sem limites, que nem lhes permite enxergar o ridículo. Esquecem deliberadamente que nenhum regime capitalista praticou semelhantes barbaridades sobre os seus próprios nacionais. Mesmo nos regimes fascistas, só o nazismo se aproxima, ficando muito aquém, porque os seis milhões de judeus exterminados pelos alemães eram na sua esmagadora maioria de nacionalidade não alemã.
Mais nenhum programa político, a não ser o dos comunistas, proclama a eliminação dos adversários, que são transformados em inimigos. O seu fanatismo nem lhes permite ver o óbvio, o contraste entre a liberdade de que gozam nas sociedades burguesas e o destino trágico que reservam aos burgueses ou aos cépticos. Diariamente mostram o ódio que votam aos inimigos, e não se coíbem de proclamar com antecedência o que lhes acontecerá com a revolução comunista. Como podem persistir em tais comportamentos? Como todos os fanáticos, só podem estar loucos! Concedamos-lhes também a liberdade de serem tontos.
De leonor simões a 3 de Agosto de 2007
João Tunes é espantoso. Responde longamente faz divagações históricas, enuncia formulações abrangentes e tudo em largas dezenas de linhas, tudo numa tentativa de atafulhar em palha os argumentos directos e concretos que os discordantes do seu post aqui exprimiram.
Porra que é demais. Os comunistas vietnamitas derrotaram militarmente os kmers vermelhos mas foi só por causa do seu conflito com a China nem sequer por solidariedade com o núcleo de verdadeiros comunistas que sobreviveu no Cambodja, um dos quais, na altura um jovem,de seu nome Hun Sen, salvo erro ainda é primeiro-ministro.
Porra que é demais, segunda vez. O PCP criticou e denunciou o regime Kmer mas só por causa do seu «seguidismo» em relação à URSS etc. e tal.
Assim não dá : eu que sou comunista portuguesa «pago» pelo genocidio feito pela camarilha do Pol-Pot e os Pachecos Pereiras e outros maoistas da época não pagam nada como e o facto de depois terem mudado de opiniões e de campo os livrassem das responsabilidades politica e afinidades ideológicas que manifestaram naquela época.
Fancamente, o João Tunes e o outro de Coimbra cairam em pequeninos no caldeirão da visão conspirativa e intriguista da história.
E chega. Façam o favor de ir dar uma volta ao bilhar grande.
De
JMC a 14 de Agosto de 2007
Agradeço a referência.
O meu texto decorre do comentário aqui deixado a propósito deste oportuno post e da necessidade que senti de o aprofundar um pouco mais.
A radicalidade adoptada deve-se à crescente indignação com a desfaçatez dos comunistas.
Nos comentários aqui deixados por alguns deles está bem patente a sua faceta negacionista e relativista a que me refiro. Querem à força fazer-nos crer que os regimes que por razões de ordem geo-estratégica alinharam com a versão maoista do comunismo após a dissidência sino-soviética, como foi o caso do sanguinário regime kmer vermelho do Pol Pot, nada tinham a ver com o comunismo, como se este se restringisse à versão soviética.
Mas quando toda a sua falaciosa argumentação falha adoptam o relativismo. Invocam então o caso dos ex-comunistas. Porquê terão de ser eles, os actuais comunistas portugueses, que nunca fizeram mal a uma mosca, e ainda por cima pró-soviéticos, a pagar pelas atrocidades dos regimes comunistas maoistas, e não os ex-comunistas maoistas?
Não conseguem compreender que em matéria de culpas pelas atrocidades do comunismo todos arcam com elas, comunistas ou ex-comunistas, pró-soviéticos ou pró-maoistas. Com uma diferença: os ex-comunistas, sem apagarem o seu passado, mas sem se orgulharem dele, já remiram as suas penas abjurando e renegando o comunismo (e é essa a grande diferença que os distingue de outros ex-comunistas que se orgulham do passado); enquanto os actuais comunistas, continuando fiéis à profecia totalitária, não só não abjuraram como continuam dispostos a repetir a barbárie (ainda que alguns deles não passem de beatos que nem conhecem a doutrina).
Como digo repetidamente, o que os distingue dos fanáticos religiosos fundamentalistas reside apenas no lugar da recompensa: uns esperam-na no além, rodeados de anjos ou de virgens apetitosas, enquanto os outros cuidam que a usufruirão aqui, à mesa do orçamento.
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