Cavaco estreou-se desastradamente como líder da oposição. Com o caso do aeroporto e da transmissão pela RTP das cerimónias de 10 de Junho.
Quanto ao aeroporto, ao impor um adiamento numa decisão da competência governamental. Para mais, criando uma delonga inevitavelmente viciada, porque o ministro não se demitiu nem foi demitido (o que o mínimo bom senso político impunha e até antes) e esse, sim, é o “principal problema com o aeroporto”; haver alternativas defendidas que não deviam ter sido afastadas (expl: Portela + 1) e o organismo encarregue dos estudos Ota/Alcochete (LNEC), se tem alta competência no ramo de engenharia civil está longe de constituir referência indiscutível no domínio de análises económico-financeiras do tipo custo/benefício. Portanto, além da ingerência, Cavaco nem sequer criou uma situação clarificadora e muito menos que desate o molho de bróculos do aeroporto, antes pelo contrário.
Relativamente à RTP e ao 10 de Junho, porque carga de água uma qualquer estação (incluindo a de “serviço público”) tem obrigação de transmissão integral de uma cerimónia, mesmo que oficial e com a presença do Presidente da República? Deu-lhe para imitar o “estilo Chavez” (não chegando, para o peditório deste desatino, os desvarios neo-juvenis de Soares?)? E, pior que tudo, o servilismo da administração da RTP em estender, servilmente, a orelha para o puxão, é um péssimo sintoma da (fraca) capacidade de resistência aos pendores autoritários das figuras cimeiras.
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