Há durezas que não se transmitem. Ainda bem. E, por isso, os órfãos (felizes) da dureza, têm sempre uma forma displicente, ou ardida, de falar dos que a gramaram (a dureza), sobretudo quando tratam da dureza mais dura. Mesmo, ou sobretudo, quando querem entender e dar mensagem, com caldo de humanidade, sobre a dureza nos outros. Por exemplo, falando assim:
“Na Guiné há-de ter sido duro, aquilo, quem esteve na guerra costuma dizer que foi mais duro na Guiné, mas há-de ter sido fodido em toda a parte, o que me leva a poder dizer, e não estive em guerra nenhuma, que na Guiné há-de ter sido duro, aquilo.”
Forma esta que não se despe de uma capa de alguma crueldade a vestir o endurecer de outros. Mas que não deixa de ser bem visto. E legítimo, como o pargo fresco e bem pescado (diferente daquele a que se chama de “mulato” e que só tem a vantagem de ser mais barato).
Dito o que disse, por mera sensibilidade, aqui fica nota de direcção para esta boa peça literária, uma espécie de “breve conto de guerra” a confirmar o talento literário do seu autor.
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