Na semana passada, tive a oportunidade de constatar a forma como a lei de restrição anti-tabágica está a ser aplicada em Espanha, em espaços públicos como bares e restaurantes. Fiquei surpreendido com a flexibilidade clarividente como a lei vigora e foi levada à prática. Cada restaurante, café e bar, desde que situados em espaços fechados, afixa clara e visivelmente a indicação se, naquele espaço, é proibido ou permitido fumar. Assim, o cliente, antes de entrar nesse espaço, sabe o que “a casa gasta”. E ou entra ou não entra. Os fumadores sabem onde irem ou não, idem com os alérgicos ao fumo. Depois, simplesmente , vinga a lei da oferta e da procura.
Se não erro, o afã globalizante de impor uma única modalidade (restritiva, proibicionista) é uma pulsão de impor a virtude e fornicar o vício. Mas, essencialmente, é uma reacção contra a força do mercado. É que, pela amostra do que vi agora na Andaluzia, os bares e restaurantes (a maioria) que permitiam o fumo estavam cheios de clientes, enquanto a minoria proibicionista vivia a míngua de clientela. Quanto a estes, suponho que, brevemente, ou mudam para a permissão do vício ou vão reivindicar o proibicionismo totalitário como regra estatal de emissor impositivo das santas virtudes, lixando-se a liberdade de escolha. Como cá, por aqui, por aí, se lê e ouve. Verdade: totalitário, por regra, é cavalheiro ou dama que não sofre de sono.
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