A manda-chuva que dirige a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) não sabe que, para uma piada ou uma anedota, o pior, e único, castigo que se lhe pode dar é ninguém se rir dela. Mas se pelo menos um se rir, além do contador, é sinal que a piada ou anedota tem um mínimo de eco social. E para isso é que existem as piadas e as anedotas, dar eco ao social recolhido, o qual, mais que as desigualdades de classe, é a mãe de todas as revoluções, incluindo os pequenos e médios desacatos perante a ordem estabelecida. Ao reprimir a catarse de uma piada dita por um professor assalariado, a manda-chuva da DREN assumiu uma responsabilidade revolucionária de desestabilização democrática, demonstrando incompetência para sequer ser reciclada como polícia de costumes. Devia, como punição maior pela inépcia demonstrada, ser colocada no ministério de Mário Lino. Para aprender que o humor é o melhor auxiliar dos políticos e que aquilo que o professor da DREN estava a fazer era tentar dar uma ajudinha a Sócrates. O mesmo que, inteligentemente, antes tinha feito Mário Lino quando, sendo ministro, adoptou uma gracinha sobre “engenheiros inscritos na Ordem”, banalizando “por cima” as piadas congéneres, ajudando a desactivar o persistente murmúrio social sobre a trapalhada de Sócrates com a Universidade Independente (se um ministro faz com ele humor, apropriando-o, o facto perde força de erosão como ataque ao governo).
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