Se encontramos alguém que diz bem o que queríamos dizer com risco de o dizermos mal ataviados em palavras, o que devemos fazer? Isso mesmo: faço minhas as palavras do orador anterior. É o caso:
Não sou eleitor em França e muito menos na Madeira, todavia sinto que perdi duas eleições. Duas eleições no mesmo dia é obra. Perdê-las não é azar, é vício.
(…)
Esta é em substancia a razão porque não sendo francês nem madeirense me sinto derrotado. Porque os vencedores, para além das aparentes diferenças, são singularmente semelhantes e seguramente não vão à minha missa, como eu não vou à deles. Porque a derrota de Segolene é um pouco um adiar de um futuro relativamente urgente e porque uma França fechada é uma derrota para todos os que, como eu, se assumem francófonos e francófilos. E porque, ao nível de cá, tudo me diz que a vitória de Jardim, com a forte carga simbólica que tem vai permitir que a Madeira continue a pesar nos bolsos do contribuinte metropolitano com a bênção do PSD que já fala em extraordinária vitória e a apatia do governo.
Pois lamento muito, mas eu ganhei 2 este fim de semana.
A de França, porque sou português e contra essa aberração que é o Tratado Constitucional europeu, na linha de um internacionalismo global, pois então, que a esquerda há muito propaga. Sarkozy é uma pausa de respiro para os que não querem esse Tratado.
Na Madeira, porque há um novo deputado, curiosamente apelidado de fascista algumas vezes pelo dono da ilha e seus sequazes, numa linguagem herdada também da esquerda, que em devido tempo apelidava como tal todos os que não comungavam das mesmas ideias ou similares. Da direita "não socialista", por contraponto a uma direita (?) embebida de ideias de esquerda, da qual a mais evidente é a utilização permanente do aparelho de Estado com fins menos recomendáveis.
Aparelho de Estado herdado da ditadura e que, em devido tempo, a esquerda poderia ter destruído e não o fez, apropriando-se dele sempre e também com objectivos tão pouco recomendáveis como os da tal direita(?).
E eu a pensar que, se comentasses algo, irias falar do Arcebispo de Pamplona, contando-nos coisas deste réquété de sotaina!!! A democracia é assim: desta vez ganhaste 2-0 (contando o golo pírrico de teres um deputado do PND na Assembleia do Jardim), pagas na próxima. Abraço (que aqui também se usa).
Mas sabes bem que nas gentes que o meu abraço contempla sempre estás incluído.
Quanto ao arcebispo que se entenda com os etarras. Estão bem uns para os outros. E agora parece que até querem voltar à missa em latim. Vão acabar a rezar missas só para os amigos.
Pois eu continuarei católico, mas como sempre fora de rebanhos.
E quanto a Pamplona e Navarra, há tantas boas motivações para lá voltar sempre...