Um povo viver em amnésia histórica traduz-se numa permanente tensão de lidar com o esquecimento, igualando o diferente e relativizando, pela diminuição, as etapas positivas e os pontos negros do passado, sujeitando-se a repetir as barbáries sobre as quais todos os povos cresceram.
Fruto de compromissos de oportunidade numa ânsia culinária de cozinhar uma caldeirada democrática que, sobretudo, permitiu a reciclagem dos velhos e defensivos falangistas nesse grande albergue partidário que é o PP, está por determinar quanto vai pagar a Espanha pelo “pacto de silêncio” com o seu passado marcado pela barbárie franquista. Pois, como diz o velho poeta Tomás Segóvia (na foto):
“En España los jóvenes no saben quién fue Franco y los ancianos mantienen la cultura del silencio, de no mover las cosas, de mirar para otro lado.”
E, depois, como nos admirar que as velhas bandeiras da velha Espanha sob a pata da Falange voltem a adornar no vento de Madrid, a pretexto da justíssima repulsa pelo terrorismo etarra? Para já, não exigindo o regresso da “mão dura”, apenas experimentando servir de insulto a Zapatero e à sua tibieza.
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