Como bem se percebe, o súbito precipitar antitabágico de Correia de Campos e do governo é uma mera cortina de fumo para esquecer a bacorada das “urgências”.
Os moldes proibicionistas avançados revelam um monolitismo higienista com ressaibos de eugenia. E segrega os fumadores, retirando-lhes o direito à socialização e ao convívio. Obviamente que respeito e acho que devem fazer-se respeitar os direitos dos não fumadores a não serem fumadores passivos. Mas havia forma de salvaguardar os direitos de uns e outros. Espanha fê-lo e bem. Deu liberdade aos proprietários dos estabelecimentos de restauração a optarem por serem abertos aos fumadores ou proibicionistas. Ali, o mercado falou e, em Espanha, há escolha. Lê-se o letreiro à entrada do café, do bar ou do restaurante, e as regras estão automaticamente definidas. O fumador que entra num local onde fumar é proibido, se entra sabe que não vai fumar. O não fumador, ou escolhe local onde se proíbe o fumo ou, se vai a outro, perde o direito a reclamar contra o cigarro do vizinho.
Aqui, como costume, o governo prefere o dirigismo estatal do modelo único. Quiçá para morrermos com os pulmões mais limpos a caminho da Urgência distanciada para algures. Mas se podem querer livrar-se do fumo, não vão evitar o protesto indignado contra a formatação higienista. E veremos se, no Parlamento, o bom senso tem voto.
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