Incontornável este excelente texto do M.C.R.:
Ingrid Bétancourt: o nome diz pouco a quase toda a gente em quase todo o lado. Além de mulher, é colombiana (onde ficará tal sítio?) e isso bastaria para se passar pelo nome sem sequer o ver. Mas há mais. E pior! Ingrid Bétancourt está sequestrada há cinco anos por uma repugnante organização chamada Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (FARC). Estas FARC são, ou eram, se não erro, dirigidas por um ex-padre conhecido por “Tiro Fijo”. A mão que abençoava com magros resultados parece ter mais êxito quando faz pontaria contra um desgraçado qualquer.
As já referidas FARC são, soit-disant, de esquerda ou, de outro modo, reclamam-se ou reclamavam-se da esquerda. Bem sei que na América Latina dos Chavez e dos Morales ser de esquerda é um artificio para encobrir populismos messiânicos, peronismos vários sem Péron nem Evita (bom par de gatunos que conseguiram deixar um país de rastos e sob a bota de ditaduras militares várias, essas sim de direita pura e dura que agarraram num território doente e deixaram-no morto...) ou outras formas de poder pessoal de que só se pode falar de mão no nariz de tal modo é fétido o caso.
Deixemos para outras núpcias as ditaduras restantes e concentremo-nos nas “heróicas” FARC colombianas, o mais antigo movimento de guerrilha latino-americano. As FARC são uma grosseira e trágica farsa que não tem qualquer espécie de ideologia, um mero agrupamento vagamente político que prolonga a célebre “violência”, uma pústula que não sara nem mata (enfim!... não mata o país mas mata os habitantes, mormente os mais pobres, os mais desprotegidos, os que não podem pagar um resgate; ainda há pouco um professor primário prisioneiro destes beneméritos patriotas conseguiu a liberdade em troca de um ano de salários...). As FARC justificam-se ultimamente com a existência de grupos para-militares de direita, igualmente crápulas, igualmente assassinos e recorrendo eles também ao rendoso comercio da coca e às alianças com os carteis narco-traficantes.
Voltando à senhora de que falávamos: Ingrid era senadora no seu país, conhecida pela sua luta contra a corrupção e candidata à presidência da república. Foi raptada quando, justamente, andava
Eu não acho que o facto de ser mulher lhe dê especiais direitos a tratamento diferenciado. Há na Colômbia cerca de três mil quinhentos e sessenta sequestrados por grupos terroristas para já não falar em milhares de desaparecidos que se presumem assassinados ou mortos dadas as condições de prisão no meio da selva.
E se aproveito o nome de Ingrid é tão só para me servir dela como emblema na exigência de erradicação rápida desta lepra política e moral que se chama FARC- Ejército del Pueblo.
Já agora dava jeito que a esquerda portuguesa se mobilizasse toda na mesma exigência. Sob pena de sermos considerados cúmplices “daquilo”.
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