Enquanto a ETA relança bombas para fragilizar o Estado e o Governo, aproveitando os efeitos do jogo sectário do PP e das contradições do timorato Zapatero, Arnaldo Otegi, líder do braço político dos etarras (Batasuna), acaba de disparar, como efeito de nuvem propagandística, mais um “tiro político” (notícia aqui). Nada menos, que a proposta de uma fase autonómica transitória que integraria as províncias Vizcaya, Guipuzcoa, Álava e Navarra. Em simultâneo, lançou um apelo ao governo francês para que autonomize a região basca além Pirinéus.

Obviamente que a proposta de Arnaldo Otegi, sabendo que os de Navarra não se consideram bascos e que o Estado francês está longe de querer entrar em repartições que considera exógenas, não é nem prática nem séria. Tanto mais que quando os racistas etarras falam em consultas eleitorais sobre o futuro basco, só admitem o direito a voto aos bascos "racicamente puros" e não aos restantes espanhóis radicados nas regiões bascas há várias gerações. Não passa, pois, de fumo político, uma mera manobra de diversão, para recuperar respeitabilidade até que rebente a próxima bomba da ETA, o principal talento político do bando de pistoleiros ao serviço do banditismo nacionalista.