A imagem de cima retrata o actual local de trabalho de uma funcionária dos Bombeiros de Oleiros (Castelo Branco). Trata-se de uma casa de banho adaptada que está a ser usada para “castigar” (isolar e humilhar) uma trabalhadora que se sindicalizou, o que não agradou à direcção dos Bombeiros de Oleiros e levou a um despedimento expedito e ilegal por invocar uma falsa liquidação do posto de trabalho. Como o tribunal anulou o despedimento ilegal e os Bombeiros foram obrigados a readmitir a trabalhadora, remetê-la para a casa de banho como sendo o seu posto de trabalho, foi o melhor que a imaginação pérfida dos déspotas que dirigem os bombeiros de Oleiros alcançaram. Assim vão os tiranetes de autoclismo que se degradam, por essas terreolas e repartições fora, na vã ilusão do poder mesquinho. Estão a pedi-las, pois estão. (ler notícia aqui)
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Passada a primeira fase, subsequente à reinstauração da democracia, a da “transição”, que tentou depositar pedras bem pesadas sobre a memória histórica e política espanhola, muito por força de uma nova geração de historiadores, a que se juntou a pressão das famílias das vítimas da guerra civil e do franquismo, a memória espanhola conseguiu romper silêncios e cobardias cúmplices instaladas no “politicamente estabelecido”. Assim, nos últimos anos tem florescido em Espanha os estudos, as investigações, as monografias, as edições e os debates sobre o período da guerra civil e a ditadura de Franco. Devido a estas pressões conjugadas, o século XX deixou de ser um tabu para os espanhóis. E é cada vez menos um depositário de preconceitos e estereótipos marcados ideologicamente. Pelo menos, de uma forma irreversível. No entanto, dificilmente se atinge um ponto de equilíbrio entre a observação e a interpretação, e assim se houve um reordenamento entre os culpados e as vítimas nos actos da guerra e da repressão, numa espécie de desforra relativa, os protagonistas nos acontecimentos nem sempre, ou quase nunca, readquirem o real papel desempenhado nos acontecimentos e nos processos dentro da dinâmica da reclassificação dos “santos” e dos “pecadores”. Se o franquismo e os seus aliados e sustentadores já tiveram direito ao justo odioso que merecem pelas ilegalidades, atrocidades e crimes que cometeram, difícil é o estabelecimento de uma equidade de apreciação e valoração aplicadas aos protagonistas da parte (partes) dos que se opuseram e combateram o fascismo em Espanha. E algumas destas componentes, por não terem hoje uma opinião com poder e eco suficiente, são desvalorizadas e reduzidas a um estereótipo menorizante. Nestas, o caso mais gritante é o do anarquismo (anarquismos) de que se retiveram os dados dos excessos (normalmente associados a actos violentos) e se transformou numa caricatura memorialista. Para se ter uma ideia desta marginalização e seus contornos e consequências, particularmente graves em termos de parcialidade e segmentação historiográfica, leia-se a entrevista dada por Julián Casanova, historiador e professor catedrático de História Contemporânea, grande especialista do estudo do anarquismo espanhol, aos cibernautas que o interpelaram quando passam cem anos da fundação da CNT, que foi a poderosa central do anarco-sindicalismo espanhol.
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Mario Vargas Llosa já tinha terminado e preparada a edição do seu último romance “El sueño del celta” antes de ser laureado pela Academia Sueca. Mas, naturalmente, a atribuição do Nobel veio amplificar a expectativa relativamente ao livro e, assim, a primeira edição na versão original terá uma tiragem de meio milhão de exemplares distribuídos por 17 países em que se fala o castelhano (metade para Espanha), contando-se ainda com próximas edições em 20 outras línguas e a cargo de 22 editoras.
Entre as várias honrarias que Vargas Llosa, odiado pelos "engenheiros de almas"da agremiação estalinista, tem recolhido em todo o mundo após lhe ser atribuído o Nobel da Literatura (que lhe vai ser entregue oficialmente em 10 de Dezembro), conta-se a ausência de um comunicado publicamente condenatório por parte do PCP e com teor aproximado aos que, este ano, mereceram, relativamente a outros prémios, o cubano Guillermo Fariñas e o chinês Liu Xiaobo.
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A poucos dias da visita papal a Espanha, a ambiguidade conivente da Igreja Católica para com os seus abusadores sexuais de crianças volta a estar na ordem do dia:
El colectivo Iglesia sin Abusos considera a Ratzinger "máximo responsable" del encubrimiento de los casos de abuso sexual en España.
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“Não há Lulas no hemisfério norte. Quem se queixa de Obama, olhe para a paisagem que temos: Sócrates, Sarkozy, Merkel, Barroso, Cameron e quejandos. Obama está à esquerda de todos, e mais ainda de uma dinâmica política americana ameaçada de um extremismo de direita agressivo e completamente desligado da realidade. Se Obama falhar o teste, pode ser culpa dele; mas o mal será de nós todos.”
(Rui Tavares, no “Público” de hoje)
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Não durou nem um dia a dúvida que ameaçava a vida do acordo sobre o Orçamento. Num passo atrás, o Ministério das Finanças esclareceu ontem ao DN que vai encontrar os 500 milhões necessários para compensar as cedências ao PSD só do lado da despesa.
A informação contraria as declarações do próprio Teixeira dos Santos, que, na véspera, no Parlamento, avisou que seria necessário o voto dos sociais-democratas para aprovar um pacote de medidas adicionais "dos dois lados" - despesas e receitas.
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Podia ser um género de palavra de ordem para 24.
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