Percebo e louvo que o Rui Bebiano torça pelo periquito por apego aos fracos, pobres e explorados. Sempre é uma posição mais marxista que a da nossa comadre Joana que, na hora da escolha, se deixa seduzir por uns tamanquinhos de porcelana. Quanto a mim, reconhecido que estou aos catalães pelos favores da Restauração, obrigatório em termos de gratidão histórica como o Rui bem lembrou, acho que não perdíamos nada, pelo contrário, que, se a Catalunha se quer apartar, ocupássemos o lugar a vagar. Em termos culturais, diga-se. E sem ter nada a ver com soberania, política ou futebol. Porque, hoje e neste último aspecto, vou torcer pelo árbitro (um autêntico craque do apito).
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Em Barcelona - num país em profunda crise e com o record da União Europeia no número e percentagem de desempregados -, na véspera do dia em que a selecção de futebol de Espanha (que conta com uma maioria de jogadores do Barça!) disputa a final do Mundial de futebol, teve lugar uma das maiores manifestações de rua jamais realizadas naquela cidade (os cálculos sobre presenças oscilam entre um milhão e cem mil e um milhão e quinhentas mil), em protesto contra as alterações decididas pelo Tribunal Constitucional acerca do Estatuto da Catalunha. Como se esperava, este incidente legislativo e identitário veio radicalizar as aspirações independentistas e o anti-espanholismo dos catalães para um ponto de cada vez mais difícil retorno. Significativamente, além dos slogans de rejeição do espanholismo e de apelo à independência da Catalunha, viram-se muitas bandeiras da … Holanda.
Se a Holanda perder a final do Mundial, haverá razões para se perguntar: quem ganhou o Campeonato na África do Sul? E a ser assim, a resposta não vai ser fácil.
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De uma entrevista a Héctor Palacios (antigo prisioneiro político, cubano a viver em Cuba) publicada em “El País” (ler aqui o texto integral):
P: ¿Que representa la decisión del régimen de excarcelar a todos los miembros del Grupo de los 75?
R: A mi juicio, es el paso más serio que ha dado el Gobierno en los últimos 50 años buscando una concordia nacional, por lo que puede abrir una nueva etapa. Si el Gobierno empieza a dar pasos - y le conviene - sería bueno para todos. La primera condición para hacer cualquier cosa o ir a cualquier negociación, era que no hubiera presos políticos.
P: ¿A que se debe el cambio de actitud del Gobierno?
R: Hay razones políticas, sociales y económicas que indican que el Gobierno no tenía otra alternativa. Si la tiene no pone a nadie en la calle. El momento es crítico y el régimen lo sabe, necesita soltar lastre. Pero es, sobre todo un triunfo de las fuerzas democráticas de Cuba, que comienza por el sacrificio de Orlando Zapata, sigue con la huelga del Coco Fariñas y las marchas de las Damas de Blanco; es un éxito de de la oposición en general.
P: ¿Cree que tendrá implicaciones políticas, en el sentido de ampliar los márgenes de acción de la disidencia?
R: Probablemente. El que un Gobierno tan intransigente haya decidido liberar a los presos de conciencia es un paso importante. Con Fidel no se hubiera hecho. El día que fui a ver a Fariñas hice una reunión ante 200 activistas en el hospital y no paso nada. Han soltado a algunas personas que estaban pendientes de juicio, a otros, como al médico Darsi Ferrer, lo han juzgado y puesto en libertad condicional. Además, el hecho de que suelten a los 52 de este modo significa que nunca debieron estar en la cárcel.
P: ¿Cree, como piensan algunos, que esto es una jugada del Gobierno para preparar el terreno a otros cambios de real envergadura? ¿Comenzarán las reformas?
R: Si no hacen reformas económicas esta revolución no dura un año más. La gente ha perdido la fe, la ineficiencia es absoluta y no hay estímulos para producir. La deuda externa de Cuba es gigantesca y Cuba necesita créditos, y para eso no puede tener presos políticos. Es la primera vez que yo veo un camino por el cual se puede transitar, pero ahora dependerá de los límites que el Gobierno quiera poner.
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As respostas (R) que se seguem são de Rui Patrício, actualmente administrador da Vivo (pela PT) e dos interesses do Grupo Espírito Santo e da EDP no Brasil. Singrou na vida empresarial brasileira, depois de 1974, através do grupo “Monteiro Aranha”. Era Ministro dos Negócios Estrangeiros quando do 25 de Abril de 1974 e foi um dos passageiros da chaimite Bula saída do interior do Quartel do Carmo nessa noite, após a rendição a Salgueiro Maia. Entrou para o governo (subsecretário do Ultramar) ainda com Salazar vivo e no poder e assim continuou, já como ministro, durante todo o consulado de Marcello Caetano. A entrevista foi conduzida por Leonor Xavier, escritora e jornalista (*). Pena que o livro não tenha como posfácio um pano bem encharcado que os leitores pudessem "oferecer" ao tipo Vivo para limpar da face o seu cinismo e o seu descaramento.
P – Tem absoluta fidelidade à memória e à obra e inteligência de Marcello, do Dr. Marcello. Nunca pensa que a história podia ter sido diferente?
R – Já disse que a minha adesão ao regime é total. Mesmo no próprio tempo de Marcello, houve coisas em que eu podia não estar de acordo. Mas estava de acordo na essência…
P – Com que coisas não estava de acordo?
R – Com a Censura não estava de acordo. Também com certos métodos de investigação da polícia não estava de acordo.
P – Nós vivíamos isolados. Não podíamos ter acesso a todos os livros, nem aos filmes, nem a todas as músicas.
R – Não sei… Não havia esse isolamento, as pessoas podiam viajar à vontade. Isolamento havia nos países da Cortina de Ferro.
P – A tortura, os métodos de investigação que implicavam tortura?
R – Com isso nunca posso estar de acordo, como qualquer pessoa normal não pode estar. Agora, eu nunca tive conhecimento concreto, nunca tive prova disso.
P – Não teve na época, mas hoje em dia tem.
R – No tempo de Salazar, ou durante a Guerra Civil de Espanha, sim. Mas no tempo de Marcello já não se fazia isso.
(*) – “Rui Patrício, a vida conta-se inteira”, Leonor Xavier, Edições Círculo de Leitores / Temas e Debates.
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Da autoria de "mcr":
A ausência de vida democrática, de uma imprensa livre e multifacetada, os silêncios tácticos, as ambiguidades estratégicas reduziram a oposição interior portuguesa a um conjunto de solilóquios que se ignoravam quando não se sobrepunham. O grande crime do Estado Novo terá sido exactamente esse: secou a vida intelectual própria e alheia. A Direita repetia Alfredo Pimenta ou vivia à sombra (e com os favores) do Regime. Tudo isso embrutecidamente envolvido num celofane católico e rural. A Igreja portuguesa ia a Fátima, publicava O Cavaleiro da Imaculada e outras necedades e não tinha no seu seio, sequer nas JOC ou na JUC, um contraponto de peso. Meia dúzia de contestatários sem raízes e, muito menos, eco na comunidade, não podem mesmo com a lupa histórica de hoje merecer mais do que três linhas. Aliás o catolicismo português estava descristianizado desde há séculos, era beato e amorfo pelo que pedir ao pilriteiro que desse peras era esperar apenas mais um milagre. E os milagres no segundo e terceiro quartéis do século XX eram exageradamente raros.
Não admira, portanto, que a juventude universitária, ou pelo menos a sua elite dirigente, que acampava na oposição, se mostrasse extremamente receptiva à propaganda do Partido Comunista. Este propunha-lhe uma “teoria”, um exemplo heróico, uma mitologia e uma critica radical ao passado (du passé faisons table rase) cuja virtude era mais do que discutível.
Foi este o caldo de cultura que permitiu que em Portugal o radicalismo “esquerdista” nado e criado nas estruturas juvenis do PC, substituísse, ilidisse, banisse, qualquer arroubo social-democrata. Da França vinham livros e revistas cuja leitura acrítica, inconfrontável com a realidade francesa que se desconhecia, introduzia ainda uma maior distorção na já depauperada análise da realidade nacional. Entre 1965 e os primeiros anos de setenta, a esquerda movente portuguesa, alimentou-se sucessivamente da revolução cubana revista pelo Che e pelo nefasto “révolution dans la révolution” de Régis Debray, pelo anti-colonialismo radical de Fanon e dos seus apóstolos europeus (e omite-se aqui piedosamente o nome de um maître a penser europeu que afirmava convicto que o colonizado que mata um colonizador liberta duas pessoas, o falecido e o assassino...), pela crónica romanceada mais além do absurdo da Revolução Cultural que nos transmitia uma China pujante que lançava hordas de jovens guardas vermelhos contra os burocratas, os camponeses, os citadinos, o aparelho do Partido e toda a cultura antiga do velho império. Já antes, anos cinquenta, o Grande Salto em Frente e todos os desvarios a ele devidos, tinham sido celebrados como aceleradores de revolução. A felicidade presente era postergada pela futura, a fome actual era garantia de fartura próxima, a cultura velha era varrida pelo vigor bárbaro das multidões ululantes que empunhando um livrinho vermelho, papagueavam todos os solecismos revolucionários. Mao, o grande timoneiro, voltava a atravessar um rio impetuoso, nadando contra corrente e contra os cadáveres dos velhos combatentes da Longa Marcha. Dez, vinte, cinquenta milhões de mortos depois, os discípulos do velho revolucionário aturdiam a Europa rica martelando slogans copiados de 1917 num mundo espesso e opaco em que o proletariado que eles queriam despertar ia para férias em Espanha e começava a gozar as delicias da sociedade de consumo. Felizmente havia o Vietnam, a luta heróica de um punhado de camponeses contra o grande Satã. Mais tarde, saber-se-ia, que o punhado de combatentes da sombra se compunha de dois milhões de soldados norte-vietnamitas, que a grande ofensiva do Tet se saldara com um infamíssimo e desnecessário número de mortos. Dez, cem, centenas, contra um, como os americanos não cessavam de afirmar sem que o mundo, ou a América, sequer, os acreditasse. Quando o mundo despertou (não para a justeza da causa vietnamita, mas apenas para a tragédia dos boat people) continuava igualmente desarmado para enfrentar o problema.
A esquerda mais radical (e jovem) nasceu nisto, cresceu com isto e passou das crises de fé católica para o anúncio dos paraísos marxistas-leninistas purificados por Pequim e Tirana, sem dúvidas e muito menos hesitações. Eram guerrilheiros da Nova Verdade e não seriam os pequenos revezes de um quotidiano implacável que os abalaria. Não admirará que, o golpe militar de 25 de Abril (uma outra divina surpresa, recebida com desconfiança, deve dizer-se) a tenha lançado num surpreendente assalto ao Palácio de Inverno, numa ânsia de queimar etapas que durou, se durou, dois verões. Desconheço – e pouco importa – se, por exemplo o MES solicitou ao PC uma reunião urgentíssima para lhe comunicar pomposamente que a sua análise da situação política indicava que a Revolução estava à mão de semear pelo que, oh ironia!, propunha ao PC que este assumisse as suas responsabilidades bolcheviques. Quem antes inventara o juramento de bandeira do RALIS e colaborara no golem dos SUV poderia continuar o seu intranquilo delírio com esta e outras fantasias. Como partido, o MES era já só a organização de Lisboa e pouco mais. Na província, o confronto com o real imediato, desmentia os slogans e os jornais da organização. Nada era como se afirmava e tudo tendia a ser exactamente o contrário.
Porém, quem entra na Revolução como numa ordem missionária tem, para além da realidade tristonha de que descrê, uma fé. Vê jardins no deserto e multidões triunfantes num grupo de quatro gatos pingados. Alguns grupos políticos nascidos dos azares da esquerda órfã constituem-se em Frente de Unidade Revolucionária sem saber que apenas juntam o último quadrado de fieis para acompanhar um enterro. O do voluntarismo, do maximalismo, dos ecos da teologia da libertação e das pequenas crises recorrentes da universidade de Lisboa. Nada de grave, nada que com o tempo não passasse. A acne, mesmo revolucionária, cura-se normalmente com a chegada à idade adulta. É uma questão de tempo.
E foi. Não sem dificuldades e recuos. A ex-juventude revolucionária, ou que por tal se tinha, padeceu o 25 de Novembro, andou dois dias cozida às paredes, tentou explicar o explicável por absurdos golpes e conspirações contra-revolucionários, pela traição do PC (!) e claro pelo peso do clero reaccionário. As “massas” (obviamente revolucionárias) ou tinham sido enganadas ou manipuladas. A revolução estava só adiada mas jamais batida. A fé move montanhas, ou pelo menos é nisso que os crédulos confiam. A movimentação GDUP, a campanha presidencial de Otelo e a deriva terrorista que se seguiu, desde os assaltos a bancos á meia dúzia de bombas e atentados (a que a Direita aliás respondia com mais eficácia) não assumiram em Portugal um tom excessivamente dramático. O país era pequeno, os cuidados conspirativos poucos e pueris, a formação política dos quadros mais activos não ultrapassava meia dúzia de slogans primários e o cansaço, a necessidade de refazer a vida, de ultrapassar as consequências de um par de anos de medidas económicas tão absurdas quanto contraproducentes foram a par do fortalecimento dos partidos “centristas” o suficiente para apagar os pequenos incêndios de 75. A normalização democrática, a resistência da sociedade civil, a despolitização, melhor dito o refluxo forte que se seguiu à carga de adrenalina revolucionária do PREC, derrotaram inapelavelmente os romantismos prematuramente nascidos em 74.
Vá-se a uma lista de “personalidades” do quinquénio 74-79, e veja-se hoje onde a esmagadora maioria dos seus participantes estão. E o que dizem. E como o dizem. Na mais remota hipótese esquerdista estão na “situação” do governamental P.S.. Muitos dedicam-se aos negócios, depois de uma conveniente passagem pelos corredores do poder. Outros mantém colunas na imprensa e se tivessem lido Nizan perceberiam porque é que alguém lhes chama “chiens de garde”. Não leram portanto não sabem e não sabendo nem sequer se ofendem.
Antes isto, do que termos tido umas brigadas à italiana ou um fracção armada à moda alemã.
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Manuel António Pina, no JN:
Parece que foi muito aplaudida nas Jornadas Parlamentares do PS a intervenção de Mário Soares criticando a inexistência de debate interno no PS e defendendo ser indispensável dar "vida interna" ao partido e insuflar-lhe "princípios éticos" e "ideologia", tudo coisas ("vida interna", "princípios éticos" e "ideologia") de que o PS andará, pelos vistos, carente. De acordo com o que veio nos jornais, no final, deputados e militantes socialistas aplaudiram o discurso de pé. Singular não é o facto de o discurso ter sido aplaudido de pé pela ilustre deputação presente, pois aplaudir de pé é um hábito que se enraizou no PS. Singular, para lá da alusão de Soares a coisas antiquadas como "princípios éticos" e "ideologia", é o modo como, no actual PS, até a crítica ao unanimismo suscita aplausos unânimes e a crítica ao acriticismo é aceite sem o mínimo sobressalto crítico. Não é difícil concluir que, se Soares tivesse dito exactamente o contrário do que disse (atirando-se, por exemplo, aos que clamam que há falta de debate interno e de princípios éticos no PS), teria sido do mesmo modo aplaudido de pé.
É conhecido este vício unanimista dos que não passam sem uma boa dose de aprovações por unanimidade e aclamação, o tempero das sensações pedidas de unidade e eficácia, no pensamento e na acção, cimentando o "nós". O problema é o significado efectivo dos rituais. Ceauscescu, momentos antes de cair, fora aclamado de pé durante largas dezenas de minutos. E foi derrubado a seguir e durante uma manifestação que se pretendia fosse em seu apoio e exaltação. O que não impede, morto Ceauscescu, que se (re)organizem os saudosos dos tempos em que Ele era aplaudido (de pé):
O novo Partido Comunista Romeno (PCR) realizou, sábado, 3, em Bucareste o seu congresso fundador que reuniu mais de 400 delegados e convidados.
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Lluís Foix, jornalista:
Quienes van a hacer caer la dictadura castrista serán los cubanos que viven dentro, que conocen los abusos del régimen, su debilidad ideológica y retórica, su decisión de cambiar la situación a través de medios pacíficos y ejemplares.
Son los que saben que el totalitarismo promete la felicidad para todos, pero sólo cuando se hayan eliminado quienes no son dignos de ella, las clases enemigas o las razas inferiores. Los tiranos niegan la autonomía de los individuos, su derecho a elegir las normas según las que van a vivir, su opción para ser libres. Muerto el tirano, su reino acaba; muerto el mártir, su reino comienza, decía Kierkergaard.
El castrismo ha sido una pesadilla para los cientos de miles de cubanos que decidieron escapar de la isla y que hoy se han instalado en Miami y en otros puntos del mundo. Pero para los que han permanecido dentro y han decidido arrebatar la razón política y moral al régimen, su aventura vital tendrá la recompensa que los cubanos les tributarán en el futuro.
Medio siglo de ausencia de libertades penetra en lo más profundo de una sociedad. Pero el dictador nunca puede apagar las chispas de descontento y protesta que surgen incluso entre quienes no habían nacido cuando Fidel Castro entró victorioso en La Habana en 1959.
El régimen ha hecho muchas cosas: escolarización y hospitales son dos logros principales. Pero sin libertad, incluso los avances sociales se quedan en un discreto segundo puesto. Libertad para qué, dicen que le dijo Lenin a Fernando de los Ríos en la visita que el socialdemócrata malagueño realizó a Moscú en los años veinte. El visitante español le contestó que "libertad para ser libres".
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A agência de viagens Marsans não fez mais que seguir a via da brutalidade capitalista para levar à prática a recomendação anti-crise do Senhor Presidente da República. Assim, este ano, teremos mais uns milhares de portugueses a “fazerem férias cá dentro” e, assim, diminuirem as importações. São os chamados “turistas marsans”.
No Blogue de Yoani Sánchez:
Los murmullos vienen y van. En ellos, a la palabra “liberación” se le ha ido pegando un término de connotaciones infames: “deportación”. “Saldrán directo de las prisiones hacia los aviones” me dijo un señor que se la pasa con la oreja pegada al radio, escuchando la emisora prohibida que llega desde el Norte. La expatriación forzosa, la expulsión, el exilio, han sido prácticas habituales para deshacerse de los inconformes. “Si no te gusta te vas”, te repiten desde chiquito; “arranca y lárgate”, vuelven a espetarte si insistes en quejarte; “¿para qué volviste?”, recibes como saludo si osas regresar y seguir señalando lo que no te gusta. Habilidad en librarse de los incómodos, pericia para empujar fuera de la plataforma insular a quienes se le oponen, en eso sí que son diestros nuestros gobernantes.
Tendría que ser muy grande el avión de Moratinos para poder llevarse en él a todos los que les estorban a los autoritarios del patio. Ni un Jumbo alcanzaría para trasladar a aquellos que potencialmente tienen el riesgo de ir a prisión por sus ideas y por su accionar cívico. Una verdadera línea área con vuelos semanales se necesitaría para sacar a quienes no están de acuerdo con la gestión de Raúl Castro. Pero resulta que muchos no queremos irnos. Porque la decisión de vivir aquí o allá es algo tan personal como seleccionar pareja o ponerle nombre a un hijo, no se puede permitir que tantos cubanos se encuentren entre la pared de la prisión y la espada del destierro. Es inmoral forzar a la emigración a quienes sean liberados –posiblemente- en los próximos días.
Una simple y lógica pregunta salta cuando pensamos en este tema: ¿No sería mejor que se los llevarán en ese avión a “ellos”?
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Em Espanha, hoje, não se levantam muitos pruridos em considerar Miguel Hernández (1910-1942) um dos grandes poetas da cultura hispânica. E se os há é por consideração e nojo porque Hernández combateu contra o franquismo e pela República de armas na mão na guerra civil (1936-39) e pelo seu cativeiro nas prisões do fascismo espanhol onde encontrou a morte aos trinta e seis anos de idade, após, perdida a guerra, ter sido aprisionado na fronteira com Portugal por onde tentava fugir, em que os esbirros da PIDE o entregaram aos carrascos de Franco. Miguel Hernández, felizmente, há muito encontrou quem o cantasse e muito bem (referindo-me, é claro, ao enorme Joan Manuel Serrat).
Neste ano em que se comemora o centenário do nascimento de Miguel Hernández, Serrat tem feito uma digressão por Espanha com recitais cujo reportório se compõe exclusivamente de canções com os poemas de Hernández. Começou em 23 de Abril em Elche e termina a 30 de Outubro em Orihuela, terra natal de Hernández. Fica uma amostra de Serrat cantando Hernández:
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Compare-se este texto com este outro. E verifique-se o estado de preguiça intelectual e política a que chegou o senhor deputado. Assim é certo que não corre o risco da perigosa heterodoxia mas usar uma coluna de opinião num jornal diário (JN) para plagiar comunicados partidários torna o combate de ideias num enfadonho toque de vuvuzela.
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