Remeto para uma história de um pingo que pinga. E pingando, não só confirma um excepcional talento narrativo como é o retrato de um sistema falido. Razão para desconfiar que Marx não disse mas terá pensado, se profeta era mesmo, quando apelou para nos unirmos para acabar com o capitalismo, que devíamos experimentar muito pior para se dar real valor ao que se combate. E Lenine, Estaline, Mao e Fidel, todos sádicos de vocação, fizeram-lhe a vontade. E assim nasceu e cresceu o marxismo-leninismo. Com povos a sofrerem para verificarem que o pingo, afinal, não é azul nem traz a esperança, é sujo e suja.
Quem leu e gostou algum dia das aventuras de Sandokan, o Tigre da Malásia, nele projectando o heroísmo capaz de nos matar os medos, pode recordá-lo aqui. Com a ajuda de Pedro Rolo Duarte e comigo como guia improvisado em breve viagem pela memória.
Sem referências à esquerda e à direita, com o centro de costas voltadas, o que resta à classe média? Suicidar-se enquanto classe, assistindo impotente ao empolamento dos mais ricos rumando à oligarquia e ao paralelo esmagamento proletário até que a sua última esperança se confine à próxima manifestação? Vá-se lá saber, agora que estão orfãs de partido.
Adenda: Estava longe de esperar que fosse um discípulo europeizado de Pol Pot a comentar um meu sermão tão mal espremido. O que não impede que tire o chapéu à veemência radical do contraditório pois dela, não resultando qualquer “limpeza social”, não vem mal ao mundo e, para mais, ganha a polémica. Sai, então, uma cordial chapelada à moda setubalense.
África de las Heras foi uma senhora espanhola especial. De menina educada em colégio de freiras passou a espia e fuziladora de traidores ou caídos em desgraça segundo o sinal dos dedos dos donos do Kremlin, paraquedista guerrilheira, Modista de senhoras ricas, instrutora de espiões, acabando com o posto de Coronel do Exército Vermelho (com oito medalhas a enfeitar-lhe o peito). Vai perdurar como Lenda do Komintern. E como desafio permanente aos historiadores para lhe lavrarem os socalcos do mistério que lhe enfeita o mito. Mas que terão de suar repugnâncias se forem trotsquistas ou trânsfugas, o que, custando, não são mais que ossos do ofício.
É caso para dizer: quando tiverem as assinaturas, o partido com emblema, bandeira e hino e os corpos gerentes bem escolhidos e melhor abençoados, vai ser uma festa (ou seja, vai ser só vida).
Agora ... que Scolari vá depressa ter com as libras do Abramovitch e leve Madail para lhe tratar do jardim (o servilismo atávico do Presidente da FPF para com o sargentão deve dar para isso). Quanto a Sócrates, pense bem na figura que faz o Ricardo e treine a saída nos cruzamentos, principalmente nos cantos e livres marcados pelo lado esquerdo do terreno.
Hoje, às 18 horas, no Príncipe Real (Lisboa), um encontro com um homem que foi de luta e, como diz a canção, irá sempre a nosso lado.
Quem aprendeu a proteger-se das ofensivas da libido, sabe, com certeza, proteger-se do sol.
Nota: Não é muito avisado invocar o tema da raça em disputas com alemães mas, depois de ler a imprensa desportiva de hoje, não lembrei melhor. E, além disso, gosto de agradar ao Presidente. Fica assim.
O antigo presidente cubano Fidel Castro formalizou a sua reprovação a que tenham atribuído a Yoani Sánchez, pelo seu blogue “Generación Y”, o Prémio Ortega y Gasset de Jornalismo e esta o tenha aceite, manifestando vontade de o receber. O édito de reprovação foi feito por Fidel no prólogo a um livro, mais um livro que lhe cultiva a figura. A blogger Yoani a quem antes responderam com o silêncio ao seu pedido de se deslocar a Espanha para receber o Prémio, vê assim, através de um “despacho” de Fidel, a primeira “justificação condenatória” para que as autoridades cubanas não permitam a Yoani viajar para fora de Cuba. Mas, sendo público o machismo de Fidel, Yoani delegou no seu marido, o jornalista Reinaldo Escobar, que respondesse ao ditador agora em fase de prolongada agonia sabática. E que resposta saiu!
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