Domingo, 6 de Maio de 2007

DECLARAÇÃO DE ESCUSA

001brs0s

 

Só não comento o célebre artigo radicalista anti-tabágico de Fernanda Câncio no DN porque não sei que casaco vestia quando o escreveu.

Publicado por João Tunes às 12:31
Link do post | Comentar

DIA DA MÃE

001bqfb0

 

Deserdado de mãe há tantas décadas que não dá para a esquecer (cada ano passado é mais um passo de regresso ao útero), estou hoje sem destinatária para as flores que não comprei. Assim, faço companhia ao Eugénio Almeida e fico-me por acompanhar o seu grito: ”para todas as mães que gostariam de ter um pouco mais para dar que só carinho!”.

Publicado por João Tunes às 12:20
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

CONTRA STAKHANOV, A PREGUIÇA LIBERTA!

001bp5af

 

Li com gosto o meu caro amigo Manuel Correia relembrar, em síntese, com propriedade e boa escrita, a teoria da mais-valia e que Paulo Portas degenerou em palavras infelizes com ressonâncias simbólicas a lembrar dísticos cínicos inscritos nos portões de entrada de lugares sinistros. Lido de outra forma, em paralelo, o lembrete marxista do Manuel Correia também ressoa como manifesto anti-Stakhanov e anti-Gulag, na medida em que um e outro foram os mais exaltados monumentos-hinos ao trabalho construídos pela mente humana, um por alienação e o outro por imposição. Mas Manuel Correia não explicou foi como se vai desembaraçar para continuar a clamar contra o desemprego. Se ajuda é, eu proponho-lhe como slogan alternativo: “a preguiça liberta!”. Para usar inclusive, se o quiser, na próxima greve geral.

----------

Imagem: Não, por muitas semelhanças que alguns encontrem entre a foto histórica de cima e uma eventual visão de Manuel Correia com boné proleta a ensinar mais-valia aos restos das arqueologias industrial e proletária barreirenses, o sujeito é mesmo ele em pessoa: o desalienado Stakhanov, o herói anti-preguiça que ensinava que o melhor operário bolchevique era o que trabalhava tanto e tanto, contra a apropriação da mais-valia, que ultrapassava largamente as metas de produção. 

Publicado por João Tunes às 11:55
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

Madeleine

001bkq4z

 

Em Portugal, onde tanto se maltratam as crianças, por acção ou omissão, finalmente estabeleceu-se “unanimidade de comoção nacional” à volta dos tormentos de uma menina de três anos. Ela é estrangeira – branca, inglesa e filha de médicos - e foi adoptada por milhões de corações lusitanos. Em sua honra, talvez se tenham poupado, em actos suspensivos, uns tantos tabefes em meninos e meninas. Que seguirão dentro de momentos, quando (deseja-se que em breve) Madeleine voltar.

Publicado por João Tunes às 11:26
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

SEGO

001bhpfx

 

Hoje voto que, se fosse francês, votaria Segoléne. Sou um “contra” habituado e resignado a perder.

Publicado por João Tunes às 11:07
Link do post | Comentar | Ver comentários (3)
Quinta-feira, 3 de Maio de 2007

GEOGRAFIA PARA O TAL MUSEU

No tempo em que Ele mandava, não faltavam locais em que se podia discordar à vontade de Salazar. Vários eram os sítios próprios e demarcados para o efeito:

 

Aljube (Lisboa):

 

001bbsa5 

 

Caxias:

 

001bc1k9

 

 

Peniche:

 

001bd800 

 

 

Coimbra:

 

001bezf1 

 

 

Porto:

 

001bfaff 

 

 

Tarrafal (Cabo Verde):

 

001bgk23 

 

 

(Fotos copiadas daqui)

Publicado por João Tunes às 15:59
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)

BLOGUE NO LUGAR DO MORSE

001ba0ez

 

Só dois muito bons amigos, um cavalheiro e uma dama, conseguem conversar assim e assim, hoje, num blogue, sobre Salazar e esgrimindo diferenças. No tempo do dito cujo estariam, com os nós dos dedos, a reproduzirem sinais de morse nas paredes de Caxias. Ou caladinhos. Fazendo toda a diferença. Para a dama e até (!!!) para o cavalheiro.

Publicado por João Tunes às 15:16
Link do post | Comentar

PROGRAMA MAIS QUE PROGRAMA

001b95yk

 

Um exemplo de que o Outono pode germinar na Primavera é este naco de panfleto saído em Maio:

 

Acho que o humor tem lugar no combate político e na intervenção pública. Admito que os outros utilizem contra mim armas semelhantes às que utilizo ou estou pronto a usar. Não tenho visões a preto e branco do mundo. Engano-me muito. Não me orgulho de muitas das coisas que fiz. Sinto-me aliás mais forte para falar de alguns aspectos da realidade na medida em que os vivi com alguma proximidade. Não sei o que é “o bem” e “a liberdade”. Com John Gray, tendo a considerar que o objectivo da vida é apenas viver, como os restantes animais, olhar, observar e disso retirar felicidade.

Publicado por João Tunes às 14:54
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)
Quarta-feira, 2 de Maio de 2007

AI LISBOA

000z46bp

 

Há situações em que detesto ter razão “antes de tempo”. É o caso do arrastamento no tempo em que Lisboa e a sua Câmara sofreram Carmona Rodrigues como seu autarca-mor.

 

Há mais de três meses, enquanto o caríssimo Evaristo Ferreira dizia Carmona Rodrigues aparenta ser um homem íntegro e trabalhador, mas a sorte não o protege”, escrevíamos assim:

 

Para quem não reparou, convém constatar que há um vazio absoluto de poder, rumo e gestão na Câmara Municipal de Lisboa. O caos a que Lisboa chegou exige uma imediata solução de emergência. Como os golpes de estado (ou de cidade) não se usam, a via é uma: dissolução imediata da gestão camarária, nomeação de uma comissão administrativa, sindicância e eleições antecipadas.

 

É preciso salvar Lisboa!

 

O que ganhou Lisboa no apodrecimento prolongado até esta agonia?

Publicado por João Tunes às 23:49
Link do post | Comentar

FUTEBOL: VEDETAS E FITA MÉTRICA?

001b8x9e

 

Estranha forma esta, por exorbitância negacionista, de apreciar futebol, esse jogo eminentemente colectivo:

 

Seria Ronaldo e Ci.ª capaz de manter a vantagem alcançada no jogo em casa ou o Milan de Kaká aproveitaria o facto de jogar em casa num campo de dimensões maiores que os ingleses?

Publicado por João Tunes às 22:35
Link do post | Comentar

E O RESPEITINHO PELA HISTÓRIA?

001b6c8t

 

O combate político, seja ele qual for e pelo que for, não justifica que se apliquem pontapés na história.

 

Por exemplo, esta tirada do estimado Tomás Vasques

 

Recordam-se do 1º de Maio de 1975? O PCP, com Álvaro Cunhal à cabeça, apodera-se, no bom estilo estalinista, como quem está à beira de tomar o poder, da manifestação no estádio do INATEL e impede Mário Soares e os socialistas que o acompanham de chegar à tribuna.

 

é uma visão parcial e partidarista dos incidentes ocorridos no 1º de Maio de 1975.  E, neste sentido, é uma deturpação. Desnecessária, como qualquer outra. Tanto mais que reescrever a história devia continuar como apanágio exclusivo de quem disso necessita. Ou seja, quem não prescinde, porque não pode prescindir, de meter a propaganda laudatória no lugar dos factos.

 

Obviamente que a organização do 1º de Maio de 1975 estava manipulada e controlada pelo PCP, pela CGTP e pelas chamadas alas militares “gonçalvista”e “esquerdista”, pretendendo formalizar a subalternidade dos socialistas, nomeadamente impedindo que a sua expressão eleitoral se reflectisse em influência laboral e expressão sindical. Mas os “incidentes” resultaram, na génese, de um plano da direcção do PS para provocar o confronto nesse dia, ajudando a separar águas entre os partidos que estavam no palco da revolução ao lado do MFA. O que aconteceu dentro do Estádio 1º de Maio foi um desfecho, um culminar, uma consequência ou um epílogo, da investida com desacatos dos militantes socialistas, numa acção organizada, vinda e enxertada na organização do desfile (*). Aliás, o Conselho da Revolução, perante a gravidade das ocorrências, concluiu por unanimidade (ou seja, todos os representantes de todas as alas do MFA) que a responsabilidade maior pelos desacatos foi o comportamento do PS nestas comemorações. E o CR não só se pronunciou neste sentido como, na mesma linha, acelerou a malfadada institucionalização da “unicidade sindical” (**).  

 

Se o 1º de Maio de 1975 era, para a “esquerda revolucionária” (civil e militar), uma etapa na consolidação da unicidade sindical e uma desforra, pela via das “massas”, dos resultados eleitorais de 25 de Abril de 1975, o PS, então impante da sua expressividade eleitoral acabada de manifestar, decidiu ir para as comemorações com o fito de as combater, sabotando-as e provocando incidentes (que bem podiam ter redundado numa tragédia) que marcassem duas linhas em confronto. Não adianta pois, nem disso a história do combate do PS contra a revolução e pela democracia necessita, pintar o quadro vitimista e simplista de uns pobres coitados pacatos que levaram uns empurrões e não os “deixaram chegar à tribuna”. A reposição dos factos e a assunção das respectivas responsabilidades em nada diminui, aliás, a importância “contra-revolucionária” da acção violenta do PS, reconhecer a determinação e coragem física daquela "força de choque PS" e o eventual contributo positivo, no sentido da salvaguarda da democracia e da falência da via pelo poder vanguardista revolucionário, que esta acção organizada pelo PS se revestiu e que deve ser vista agora sob benefício da distância na apreciação histórica, sem a ganga da deturpação/manipulação dos factos.   

 

 

 

(*) – Não sei se o caro Tomás Vasques esteve neste 1º de Maio. Eu estive lá desde o início, quando se começou a organizar o desfile, e ocorreu junto a mim, então simples manifestante pró-CGTP, na Praça do Areeiro (junto às “Chaves do Areeiro”), a vinda da “força de choque socialista”, proveniente da Praça do Chile [foi ali que se concentraram, à parte e com antecedência (13 horas), as hostes socialistas, como o comprova o cartaz do PS na imagem], que irrompeu para conquistar, à força e com violência, a cabeça da manifestação e provocar distúrbios, desorganizando o desfile. Reconheci um dos chefes da “força de choque socialista”, Pedro Coelho (então dirigente do PS), que eu conhecia de andanças comuns da campanha da oposição em 1973. Tentei falar-lhe e apelar a um entendimento que evitasse confrontos. Debalde. A coisa estava organizada e era para ser levada até aos seus objectivos (sabotar a comemoração, transformando-a em "granel maniqueísta" a explorar).

 

(**) Os dois livros publicados sobre a Revolução da autoria da historiadora Maria Inácia Rezola, que julgo insuspeita de parcialidade, são claros sobre os factos que pintaram os confrontos entre as vias revolucionária e eleitoral no período 1974-1975, incluindo os incidentes do 1º de Maio de 1975.

-----------

Adenda:

 

O Tomás Vasques exerceu o contraditório. Confesso que esperava melhor (quanto à substância). Mas quando diz Não presenciei os factos com estes olhos que a terra há-de comer. Aliás, como escrevi aqui.” e o “aqui” é um post sobre a sua vivência entre 25 de Abril de 1974 e 4 de Maio de 1974, quando o 1º de Maio tratado foi o de 1975 (!), um ano depois, tudo se aclara: numa pessoa com tamanho handicap para lidar com datas, percebe-se o arrepio perante qualquer “verdade histórica”, a dos factos e das suas circunstâncias. Adiante.

Publicado por João Tunes às 17:58
Link do post | Comentar

SANTA MINI-SAIA (revista, com uma réplica casta)

001b55b7

 

Cito:

 

uns olhares para o relógio, os pensamentos a divagar para bem longe dali, o remexer no assento, uns olhares de esguelha para o restante auditório...

 

A citação refere-se à espera de chamada num consultório médico ou numa “loja do cidadão”? Não. A M.C. escreve assim a propósito das … “missas chatas e compridas”. Leiam-na e digam se não concordam que, como ela diz, são, ou deviam ser, as mini-saias a comandar a vida [pelo menos, desde os idos de Maio 68 - em cima - ou desde que sobem escadas - em baixo].

001b7gcz

Publicado por João Tunes às 16:29
Link do post | Comentar | Ver comentários (3)

REINA E A DEFESA FALHADA

001b4zkc

 

Pepe Reina, o herói de ontem pelo Liverpool, enquanto defendia penalties no estádio tinha a sua casa a ser visitada e assaltada pelos gatunos. É caso para se dizer: “casa roubada, trancas na baliza”.

 

(notícia aqui 

Publicado por João Tunes às 15:48
Link do post | Comentar

OUTRO RAUL

001b32yt

 

Entre os laureados com o prestigiado Prémio Ortega y Gasset (dedicado ao jornalismo) deste ano, inclui-se Raul Rivero (na foto), jornalista e poeta cubano.

 

Actualmente colaborador do jornal espanhol “El Mundo”, Raul Rivero foi preso, juntamente com 74 opositores, em Março de 2003, sendo condenado a 20 anos de prisão por “subversão” e “conspirar com os Estados Unidos”. Pelo impacto da campanha internacional pela sua libertação, a ditadura castrista concedeu-lhe “liberdade provisória” em Novembro de 2004. Impedido de escrever e intervir no seu país, o que implicaria o seu regresso à prisão, optou pelo exílio em Espanha, onde aguarda o momento de, segundo as suas palavras, “apanhar o primeiro ou o segundo avião de regresso a Cuba” logo que a hora da democracia dê sinal de vida no relógio político da ilha com praias em Varadero e prisões políticas para quase quatrocentos presos políticos (Cuba é o país no mundo com maior número de jornalistas presos por delito de opinião per capita).

 

Raul Rivero dedicou o Prémio Ortega y Gasset aos seus 25 companheiros jornalistas que continuam aprisionados nas masmorras políticas cubanas. E, continuando “subversivo” relativamente à ordem marxista-leninista barbuda, declarou: “O meu compromisso é com o jornalismo. Não aceito condicionamentos políticos. Aspiro um jornalismo ao serviço da liberdade, da livre expressão e da democracia”.

 

(notícia aqui)

Publicado por João Tunes às 13:07
Link do post | Comentar

j.tunes@sapo.pt


. 4 seguidores

Pesquisar neste blog

Maio 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

Nas cavernas da arqueolog...

O eterno Rossellini.

Um esforço desamparado

Pelas entranhas pútridas ...

O hino

Sartre & Beauvoir, Beauvo...

Os últimos anos de Sartre...

Muito talento em obra pós...

Feminismo e livros

Viajando pela agonia do c...

Arquivos

Maio 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Junho 2013

Março 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Junho 2012

Maio 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

Novembro 2004

Outubro 2004

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

Fevereiro 2004

Links:

blogs SAPO