class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Para aprendermos tecnologia e eficiência, quere-se imitar os finlandeses. Para que a Administração Pública se modernize, foram chamar a Maria Manuel Leitão Marques. Para que a EDP tenha os fusíveis em bom estado, incomodam o Vital Moreira. Para corrermos como deve ser não há meio de aprendermos com o Martin Lel e a Selina Kosgei, quenianos de boa passada. Raios, nunca mais desconseguimos ser dependentes. prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Há sempre uma boa razão para beberricar uma “Pilzen”, talvez a única cerveja que não se justifica só por nos pôr a mijar. Merecendo a honra de ser posta a par de uma boa garrafa de vinho. E um pretexto, óptimo, para atacar mais uma “Pilzen”, seja comemorar a República Checa (nome de treta que precisa de “República” agarrada, porque não Boémia-Morávia?) ter-nos passado a galope nos indicadores de PIB “per capita”. Não por nós, que nos continuamos a atrasar, raios partam isto, mas pelo bem deles, que bem o merecem. Até pela “Pilzen”. Mas não só, não só.
Só o mais distraído dos cosmopolitas se admira que a República Checa nos tenha passado a perna. Do fundo dos tempos históricos europeus, que a sina estava traçada. Mesmo dominada pelo Império Austro-Húngaro, a Boémia (e o seu ducado anexo – a Morávia) foi não só a sua fonte da burocracia estatal (e o seu burocrata mais célebre, por motivos extra-burocráticos, terá sido Kafka) como a sua base de industrialização. E quando Hitler chamou um figo à Chancelaria alemã, a checa Boémia estava mais industrializada que a Alemanha.
Durante décadas, penduraram na Boémia o penduricalho da Eslováquia, agrária e catolicista, sobretudo para lhe dar rumo e contrabalançar o ímpeto “hussenista” de clarividência com a batuta de um bom joelho dobrado perante o Santo Papa. E assim fizeram a Checoslováquia, uma aberração que já se desfez. Por decisão dos eslovacos e alívio dos checos. Entretanto, e pelo meio, a Checoslováquia, ainda foi socialista e revolucionária, mandada por Moscovo, porque um azar nunca vem só.
Os checos (os boémios e os primos morávios, esses ainda mais porque seguem, a par e passo, a arte de sobreviver dos primos maiores, seguindo os boémios e a quem os boémios pagam tributo de sobrevivência) dominam a arte da submissão. Não a submissão servil, mas a arte de sobreviver na desigualdade de forças. Mais silenciosa que servil. Daí a espantosa lenda do “Soldado Schweik” que demonstra à exaustão a arte da rebeldia submissa, com uns pós de cinismo e outros tantos de “espera pela volta”. O problema é que são uma cambada de tristes, género aristocratas da tristeza. Enquanto tecem o “saber fazer” e fabricam e emborcam, dando-nos a emborcar, a valente “Pilzen”. Foi assim com austríacos e húngaros, com os nazis, com os soviéticos, agora com a União Europeia. Guardando, como tesouro maior, a mais bela entre as mais belas cidades do mundo (Praga). E como paradigma do estar e ser checo, é que Praga já foi gozada por turista cão ou gato que fossem e ainda está para ser gozada pelos checos, esses tristes com medo do futuro por causa das cicatrizes do passado. Mas, pé ante pé, eles avançam. Como quem não quer a coisa. Tardou nada, passaram-nos. Merecem, outra vez, uma valente “Pilzen” goela abaixo. Devagarinho. Como se vinho fosse.
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">A Ucrânia vai amanhã a votos. Cumpre mais uma etapa da sua adaptação amadurecida ao jogo dos votos como meio de escolha e de riscar as linhas do seu futuro. E Kiev, inevitável, vem-me à memória. À boa memória. Apesar de a ter conhecido sob o peso de chumbo da pata soviética, Kiev, nos seus espaços rasgados e sedentos de rio largo e de verde, muitos espaços verdes, mostrava já o seu inconformismo a caminho da rebeldia. Muitos calando os milhões de mortos por fome provocada para que Estaline eliminasse os kulaks, os camponeses, como moscas, usando um traidor ucraniano (Krutchov) como assassino dos seus irmãos. Mas bastava ver a ostentação dos ucranianos em falarem a sua língua e que pouco mais é que russo com sotaque e uns tantos ademanes, a forma como davam a provar a sua “vodka-bomba” por ter a pretensão de ser mais forte (exigindo estômagos mais viris) que a vodka russa e afinal se resumia à receita espúria de lhe meterem “paprika” dentro, para perceber a força da diferença e a aspiração à autonomia. Quando conheci Kiev, eram muitos, demasiados, os silêncios engolidos. Sentia-se o fatalismo trágico de serem considerados o “celeiro” da Rússia e da União Soviética (devido às suas terras férteis chamadas de “terra negra”) e por isso indispensável e, assim, ter de estar metida dentro da bota do urso vizinho. Também a de terem a Crimeia e o acesso ao Mar Negro, saída das frotas imperiais e bolcheviques. Mas sentia-se em Kiev a grandeza da rebeldia contida que, mais cedo ou mais tarde, ia soltar-se. Soltou-se. Votem como vos aprouver. Mas votem. Amanhã volto lá. Agora prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Como sugestão de leitura de fim-de-semana, não resisto a propor-vos a desta narrativa, este olhar no espelho de alguém que veio limpo de alma, quietos os tiros e limpa a memória pela dignidade do olhar direito, depois de ter feito a guerra (o autor foi oficial miliciano “comando” na guerra de Portugal contra a Guiné-Bissau – 1963/1974): prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Quando se escaqueira feito fanicos sítios onde estivemos e em que deixámos fios do nosso gosto, há alguma coisa de nós que vai para o caneco. Se o sítio nos fica longe do estar sedentário de hoje, as notícias, boas ou péssimas, batem-nos dentro da cabeça e estremecemos. Não há volta a dar. Porque somos feitos de tijolos acumulados e camadas de idade e de viver. E são esses muros, feitos de dor e de gozo, que nos fazem crescer na dimensão de cidadãos do mundo, isso que somos cada um, até aquele que nunca apanhou a âncora deitada na sua aldeia perdida. Porque o mundo, todo o mundo, não pede licença para se sentar dentro da alma de todos e de cada um.
O meu amor por Bagdad vem de
Há vinte anos que não volto a Bagdad. Provavelmente, não lhe voltarei a pisar os passeios, cheirá-la, olhar os rostos das gentes, demorar-me nos seus bazares, espreitar-lhe as mesquitas, olhar-lhe as margens. A isso estou resignado. Mas cada vez que uma mesquita de Bagdad estoira com uma bomba de ódio, estilhaçando corpos de gente que estava na hora errada no local errado, não sendo eu nem muçulmano nem sequer crente de qualquer adoração acima do humano, sinto que um bocado de mim, da minha boa memória, se faz em fanicos, desaparece. E fico mais vazio, mais pobre, menos homem. Não porque Bagdad não seja, como merece ser, uma cidade eterna. Eu é que, garantidamente, não o sou.
Em tempo de tractores que brilham ao sol dos protestos dos donos da terra, ociosos por conta do subsidiar no lugar do semear, é a terra, não os tractores, que me vêm ao pensamento.
A terra mãe. A terra que secou e bebe ávida as humidades desta chuva de diamante que tanto incomoda os urbanos, estragando-lhes passeios telúricos, ou nem isso, a apanhar malmequeres, conchas, pasmados perante as mimosas, passeando o cão e espetando as pontas dos dedos dos pés na espuma da maré, antes que chegue a hora do almoço no restaurante com toalha aos quadradinhos em que o peixe grelhado se deita para se submeter ao genocídio da gula programada.
Eu que não passo sem os olhos metidos dentro do mar, armado em pescador de azul, faço-lhe tréguas de virar costas e prefiro espetar agora os dedos na terra, partir unhas a escavar-lhe os tecidos, confirmar se a terra, desta vez, está bem bêbada de água, pronta a enfrentar o sol germinador. Com uma vontade danada de lavrar puxada a burros porque de tractores nada sei nem quero aprender.
E vou namorar as minhas árvores
Um melhor que bom fim-de-semana para todos vós.
Falar de memória, recuperação de memória, parece-me uma forma de adoçar a pílula. Porque não são memórias quaisquer essas que vêm das brumas do tempo. São pesadelos, senhores. Tempos de chumbo, chumbando vidas. A lembrar para não esquecer.
Aqui, recuperar os passos e os corpos atirados para Peniche, Aljube e Caxias. No Atlântico, lembrar Tarrafal. E a perfídia teimosa da longa guerra colonial. Nunca esquecendo que existiu e o que fez essa associação criminal chamada Pide.
Lembrar a Espanha de Franco e as suas décadas de assassínio de vingança.
No Chile, dizer, pelo menos, honrando-os, os nomes dos assassinados, dos desaparecidos e dos torturados dos tempos de Pinochet. E como se chamavam os esbirros e os seus mandantes. Como no Brasil. No Uruguai. Na Argentina.
Também lembrar os das prisões do “socialismo real”. Não esquecendo que Estaline assassinou mais comunistas que Hitler. Explicando que existiu o Gulag, esse sósia matulão de Buchenwald e seus irmãos da morte. Para que não restem dúvidas que o comunismo é, também, inexoravelmente, uma ideologia da morte e do crime. Charmoso e generoso a namorar o poder, a cativar votos e a fazer protestos, comícios, manifestações, fados e bailes, cavalgando as lutas dos oprimidos. Mas mortífero, implacável, bando de assassinos e de torturadores logo que os rabos marxistas-leninistas se sentam nos cadeirões do mando. Enfiando a paranóia do genocídio de “classe”, mais o resto que venha na rede, onde os nazis instituíram a paranóia do genocídio de “raça”. Mas paranóia do mesmo tipo e mesmas consequências, porque nada os parava e pára a assassinarem diferenças.
Estão aqui, perto de nós, ao nosso lado, os adoradores de Milosevic, os irmãos de Fidel e dos seus carcereiros. A recordarem Caxias, António Maria Cardoso, Peniche e Tarrafal, assobiando para o lado quanto a Lubianka, Katin e Kolin, mais as lagartas dos tanques que profanaram as avenidas de Budapeste e de Praga, apenas querendo passar por alegres e inimputáveis amigos de Milosevic, Fidel e Lukashenko.
Volta e meia tenho de explicar isto. Já cansa. Mas se repetir é preciso…
Este blogue tem caixa de comentários aberta a ... comentários. Um comentário é achega, opinião, contraponto, concordância, discordância, divergência, mais valia plural, grito de alma, convivência, enfim: expressão de viver civilizado e, por isso, acto de cultura.
Insulto, calúnia, difamação, gritos terroristas, basqueiro lumpen, falta de educação, arrotos de ódio, imposições, bloguismo parasitário por frustação e falhanço, propaganda de boleia, não são comentários, são abusos. Infelizmente, abundam os abusos. Demais. Por norma, estes abusos são tentados sob a cobardia do anonimato.
Este blogue tem autoria assumida e identificada. Não é nem casa de putas nem terra de ninguém. É casa aberta a todos que cumpram as regras da educação cidadã. Sendo blogue unipessoal, não é órgão de comunicação social nem jornal de parede. E eu não abdico. Por mim, que acho que tenho uma vida que merece respeito, mas sobretudo pelas pessoas de bem que me dão o enorme prazer de me darem, através da caixa de comentários, o prazer da saúde do seu convívio.
Não hesito enm hesitarei em cortar de imediato os comentários ultrajantes e os que são brisas que deslizam pela fralda da camisa, os que sejam ofensivos para com o autor ou para com terceiros (*). Porque não sou nem quero ser Prefeito de asilo de doentes sociais, inaptos para a responsabilidade da diferença democrática. E desenganem-se, não é censura, é pontapé no cu, escada abaixo. Assim vai continuar a ser, até que me canse de enxotar mosquitos e feche a caixa de comentários como o faz muita e boa gente, cansada de aturar lumpen. Uma coisa é certa, com ou sem caixa de comentários, o lumpen não mete aqui o rabo sujo.
(*) – Constato, com olímpica compreensão, que vários enxotados daqui abrem depois rol de queixas noutros blogues em que se abrigam, despejando fel contra este blogue e o seu autor e cuspindo insultos de vara larga. Admito que outros tenham critérios editoriais mais alargados, permitindo que em sua casa se faça o que eu não permito em casa minha que se cometa para com qualquer terceiro, seja ou não hospedeiro de insultos de ricochete cobarde. Mas, cada um é como cada qual.
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Gosto de ter estima a ler quem diz pensando assim: prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">É bom que se acautelem. E a ETA não tem direito a declarar tréguas. Que pague pelos crimes de sangue e deponha as armas, entregando-as, convertendo-se ao jogo democrático. prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Os tractores estão aí. Em marcha.
A questão agrária volta à ordem do dia. Lá teria de ser. Por muito que daí distraídas tenham estado as muitas gentes das urbes litorais. E mesmo querendo não se mata nem muda de uma assentada este país ruralizado
Outra vez, os tractores estão aí. Em marcha.
Agora não são os conduzidos pelos tisnados proletários do pão que o diabo amassou e lhes negou, devotos de Santa Catarina Eufémia e São Álvaro, defendendo com os punhos mal fechados pela carga de artrites a terra a quem a trabalha. Para esses já só resta uma ou outra missa de trigésimo ano dedicado a São Jerónimo, um santo de up-grading do new-look do populismo, e antes que as lembranças de lutas passadas não faleçam em votos, em autarquias e em comícios.
Outra vez, os tractores estão em marcha.
Por sinal, vêm da mesma região dos velhos e reformados famintos de pão e de terra, a quem mataram a utopia da redenção e o controle bem controlado dos senhoritos funcionários na profissão de plantarem revoluções porque tinham uma foice a decorar a bandeira rubra. Mas são diferentes. Incluindo os senhoritos. Esta é a segunda ou terceira geração paridas pelos velhos senhoritos agrários tudo mandantes, os da GNR e Pide à mão de telefonar, das fortunas ociosas estoiradas na jogatana e nas putas à conta da cortiça e do trigo protegido, os revanchistas de outras marchas de tractores e em que se borraram no susto há tanto tempo exorcizado. Os agrários mais do subsídio e da PAC que do lavrar, semear e competir. Os que quando chove ou seca, ou nem chove nem seca, metem papel para engordar conta de subsídio.
Têm um ar mais moderno e despachados estes outros tractores em marcha.
Pudera. Não são os feios e fortes de outros tempos oferecidos pelos camaradas búlgaros, polacos e soviéticos e que arrastavam “galeras” com rostos e punhos fechados controlados pelos senhoritos funcionários a justificarem a bandeira rubra e seus enfeites. Estes são tractores subsidiados marchando com gasóleo subsidiado e ociosos de culturas não feitas e por isso subsidiadas. Lustrando os novos-velhos senhoritos, mais senhoriais, os da CAP e da PAC, querendo novo ministro. Um ministro que não seja da agricultura mas dos subsídios. Para honrarem a memória dos avôs das jogatanas e das putas. Revolucionários também, pois claro. Um senhorito é um senhorito.
Tractores são tractores, agora em marcha e a lavrar caminhos de urbes.
Para terem um ministro que lhes vá no jeito da sementeira bancária. Por isso vêm às urbes. Onde está a banca, terra em que da semente sempre se colhe, faça chuva, vento, sol ou seca.
Não repararam? Os tractores estão aí. Em marcha.
Sérgio Ramos, o nosso mais cotado basquetebolista, depois de sete meses de paragem por uma gravíssima lesão num joelho, já está a postos para saltar rumo à sua eficácia defensiva e aos seus triplos de encanto estético, no seu novo clube da Liga ACB de Espanha (Club Baloncesto Fuenlabrada, Madrid), a mais competitiva das competições nacionais europeias. Sobre ele, lê-se no site da ACB:
Ticha e Sérgio, as nossas grandes estrelas no firmamento do basket internacional. Dois nomes grados do desporto português. A merecerem um intervalo na futebolofilia exclusivista para uma valente salva de palmas de carinho, orgulho e incentivo.
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">“O Spartak de Moscovo, equipa da portuguesa Ticha Penicheiro, sagrou-se vencedora da Taça da Europa, ao derrotar em casa as francesas do Aix-en-Provence, por 72- prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Para que conste, amanhã sou “lagarto”. Porque acho que os portugueses precisam de concórdia, equilíbrio e felicidade repartida. Assim: o Sporting com a Taça, o FCP com a Liga Tuga e o Glorioso com a Copa da Europa. Todos prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" />
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