Sexta-feira, 3 de Dezembro de 2004
Ucrânia:Boas notícias. Repetição da segunda volta das eleições presidenciais. O Supremo Tribunal não cedeu às pressões dos
filhos de putin. A festa está nas ruas de Kiev. Pena que tenha a cor laranja. Adiante.
Moçambique:Preve-se 70% de abstenção. O povo moçambicano fartou-se de falsas alternativas, agora entre dois péssimos candidatos. A distância do povo moçambicano relativamente ao poder, não significa a não praticabilidade da democracia, mas sim que assumiu o descrédito de quem, em vez de governar, se amanha na
acumulação capitalista acelerada. Precisa-se: sentido de serviço público, novas elites, novos líderes, novos projectos. Lá chegarão.
Quinta-feira, 2 de Dezembro de 2004

Aprende-se
aqui:
Fidel é um ditador, mas não é um mau ditador: é um ditador puro. Com o que isso tem de mau, também. Forcem-no, nada conseguem. Respeitem-no, reparará erros.Como diria o velho Camilo e a saudosa Ivone:
está tudo grosso, está tudo grosso,
Vasco Lobo Xavier escreve assim:
Hoje temos um único português que, reconhecidamente indeciso e indeterminado, aparentemente movido apenas pela comunicação social e sem explicar qualquer razão ou fundamento para a coisa, resolve dissolver um parlamento legitima e democraticamente eleito para fazer cair o país na ruína.E escrever assim é o quê? Argúcia, respondo eu. Pela capacidade em ver o que mais ninguém vê. Nem sequer as famigeradas (ou desejadas?) ruínas.

Para o turista fotografar. E mais tarde recordar. Sempre são 45 anos de socialismo
![capt.sge.kga43.291104180120.photo00.photo.default-389x254[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/capt.sge.kga43.291104180120.photo00.photo.default-389x254[1].jpg)
Mais coisa, menos coisa. Umas vezes, mais. As mais das vezes, menos. Mas quem se esforça por gosto, também descansa.
Quarta-feira, 1 de Dezembro de 2004

Resolvido o problema da Habitação.
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Comemoremos!
Mesmo? Ou mais
techno e mais sós?
![psicotronias003b[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/psicotronias003b[1].jpg)
Só faltava essa para fim de sessão. Ou como eu percebi bem o José Pacheco Pereira e onde ele queria chegar com a
oposição a Santana.

Ele está aí. Sim, falo do Senhor Inverno. As nuvens de chumbo, o vento que corta, a chuva que desce até ao osso. A roupa vai remediando mas não apresenta solução. Os artefactos pesam, chateiam e
perdem-se.
Não é cedo, isso não. Dezembro é chegado. Natal sem Inverno, não é Natal, diz-se.
A solução está em nos aquecermos por dentro. Um bom tinto sabe melhor, um bom livro dá-nos o calor da partilha. Sobretudo se as mãos, mesmo frias, conseguirem fazer passar algum calor. À namorada ou ao amigo.
Bom Inverno para todos.
![charisse-small[1].gif](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/charisse-small[1].gif)
Segundo João Paulo II, a SIDA é uma
patologia do espírito. Que remédio para tal mal? O Vaticano responde:
o respeito pela virtude da castidade. Fácil e económico, em termos de pontes com a realidade.
Assim vai o mundo visto de dentro das capelas - a generalização de votos, tantas vezes mal cumpridos, com que sacerdotes e sacerdotizas se resolveram auto-flagelar. O problema está em que os clérigos não quiseram ficar com o exclusivo de tanta virtude. Vai daí, querem enfiar-nos uma sotaina no prazer.
Este Papa, méritos leva em muitos e variados aspectos, mas arrastará consigo, para o purgatório, uma quantidade enorme de esqueletos às costas pelo seu preconceito dogmático relativamente ao preservativo.

Um estudo das Nações Unidas (do seu Departamento de Assuntos Económicos e Sociais) deste ano, apresenta dados reveladores do intenso tráfego com que as populações se estão a deslocalizar, tentando ultrapassar os fossos da desigualdade de desenvolvimento e de qualidade de vida. Sublinho alguns dados, que ajudam a reflectir sobre este fenómeno e as frases feitas que circulam a propósito:
- Em 2000,
175 milhões de pessoas viviam fora dos seus países de nascimento.
- O imigrante médio vindo da Ásia ou da América Latina tem mais do
dobro da escolaridade média dos que ficam; no caso de África, atinge o
triplo. Como conclusão, temos que a emigração desqualifica em massa cinzenta os países de proveniência.
- Os emigrantes contribuem com
60 mil milhões de euros em remessas enviadas para os seus países de origem.
- Nos países onde há forte afluxo migratório, não se verificam descidas significativas de ordenado nem aumento de taxa de desemprego (desmentindo os argumentos xenófobos de que os emigrantes vêm roubar postos de trabalho ou degradar os salários).
- Na década de noventa do século passado,
duplicou o número de estrangeiros residentes na Finlândia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
- Na Europa, a população teria descido, entre 1995 e 2000, em
4,4 milhões de habitantes não fosse a chegada de
5 milhões de imigrantes. No caso da Áustria, Dinamarca, Grécia, Itália, Luxemburgo, Espanha e Suiça, os imigrantes contribuem com
três quartos do crescimento demográfico. Mesmo assim, segundo a tendência actual, a Europa poderá perder
96 milhões de habitantes. até 2050.

Como não registar a efeméride do
Fumaças?
Neste dia 1º de Dezembro em que todos os anos recordo com saudade a falecida Vera Lagoa (a falta que ela faz ao jornalismo e à Democracia portuguesa...)E aqui fica, em jeito de compreensão cúmplice, uma imagem que julgo condizente com a empatia celebrada.
![Forte.1[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/Forte.1[1].jpg)
Tem a
Guida toda a razão em clamar contra o estado de degradação em que continua o Forte de Peniche, a prisão mais
emblemática do fascismo português em terra europeia.
Aquilo devia ser um símbolo de memória colectiva para as gerações que felizmente nasceram em democracia. Para terem uma pequena ideia de que a democracia no nosso País teve um preço. E alguns pagaram a parte mais dura da factura.
Tive a mesma sensação de desconforto, e de agressão, quando, uns anos atrás, por lá andei, em Peniche, a conhecer o miolo corroído daquilo que devia ser um lembrete pedagógico.
Igual sensação tive, ou pior porque maior era a degradação, quando visitei o que resta do Campo de Concentração do Tarrafal em Chão Bom na ilha de Santiago em Cabo Verde. Apesar de promessas várias das autoridades portuguesas, continuam a faltar os apoios necessários para que o Campo do Tarrafal seja o que devia ser a lembrança mais terrível da marca sádica do fascismo e do colonialismo as marcas dos
safanões dados por Salazar a quem lhe opunha o combate da resistência.
![thumb.sge.kfg79.291104164951.photo00.photo.default-270x395[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/thumb.sge.kfg79.291104164951.photo00.photo.default-270x395[1].jpg)
Como disse um visitante comentador, hoje foi dia em cheio. A opressão teve um recuo em Cuba e, cá no burgo, Santana o incompetente Santana mais a cambada de seus amigos de incompetência e de interesses -, vai à vida. Ambas as coisas tardaram mais do que deviam, mas antes assim. As horas chegam.
É tempo de o PS dar corda ao relógio do tempo político, acertar o passo e demonstrar que merece governar. Por mérito próprio, em projectos que nos tragam futuro, não apenas por demérito de um
moço metido em cavalarias altas.
Veremos até onde vai a capacidade de sonhar dos portugueses, antecipando os amanhãs que tardavam a cantar. E na hora de cantar, é que se vêm os fadistas. Limpo de críticos, agora vai ser sempre a abrir
Sócrates que se cuide. À esquerda tem, à perna, um Grande Líder.