Quinta-feira, 30 de Setembro de 2004

DÚVIDA

capt.havc10109240243.cuba_opposition_havc101[1].jpg

Haverá alguém que consiga rimar liberdade, igualdade e fraternidade, com Fidel Castro e Che Guevara, sem vomitar a seguir?

Publicado por João Tunes às 19:57
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

TURQUIA NA EUROPA?

dancing[1].jpg

Estou contra o plano em marcha de admissão da Turquia como membro da União Europeia.

Aliás, a proposta é exótica e o seu suporte mais consistente, misturando alhos com bugalhos, é a antiguidade da Turquia como membro da NATO, em que faz mais o papel de fornecedor de bases geoestratégicas que outra coisa. Verdade seja dita que a Turquia não tem nada a ver com o Atlântico e a sua admissão na NATO foi um entorce revelador da filosofia de “guerra fria” que orientou a criação da NATO.

Por um lado, a parte europeia da Turquia é pouco mais que simbólica. A Turquia é um país asiático e toda a sua cultura, hábitos e costumes são estranhos à civilização europeia. Com mais razões se pode considerar “europeia” a Rússia (outro país bicontinental).

O alargamento a esmo da União Europeia, tão frágeis que são ainda as últimas integrações e evidentes as exclusões que persistem, só pode acentuar as suas debilidades e transformar o projecto da construção europeia num dossier faz de conta.

Por outro lado, o regime turco tem ainda graves nódoas para limpar para que a sua candidatura pudesse, por hipótese, ser encarada – as opressões de arménios e curdos, a situação em Chipre. E por falar em Chipre, seria um absurdo admitir a Turquia como estado membro da UE enquanto a recente admissão de Chipre só implicou a sua parte grega (ficando a parte turca excluída por imposição dos cipriotas gregos). Também a eventual adesão da Turquia ia avivar feridas, nomeadamente nos Balcãs, e potenciar inimizades com servos, croatas, montenegrinos e macedónios, estes sim bem mais próximos do contexto cultural europeu.

O argumento esgrimido a favor da adesão é bem conhecido – com a Turquia dentro da UE este país estaria mais controlado no sentido da sua aproximação ao modelo democrático e diminuiriam os riscos de cair nos braços do fundamentalismo islâmico. Como se sabe o que verdadeiramente se pretende – aproveitando a embalagem da pertença à NATO, é transformar a Turquia numa ponta de lança islâmica (moderada, colaborante, amiga dos ocidentais) contra os estados islâmicos adversos. Mas um e outro argumento desfiguram a UE como projecto, transformando-a em expediente geoestratégico. E isto é o empobrecer definitivo do projecto de unificação europeia, tão trôpega que se encontra no seu caminhar.

A Turquia pode e deve ser ajudada a consolidar a sua laicidade (sempre tão periclitante) e a sua modernização (na economia, no relacionamento social, nos direitos humanos, no funcionamento de instituições democráticas, no abandono de práticas genocidas e opressoras para com as suas minorias) mas nada disso contorna a realidade asiática da Turquia.

Se a Turquia for admitida na UE, temo que os defeitos de um Estado (sob pretexto de os controlar) sejam transformados em bons argumentos de adesão à Europa comunitária. E, a partir daqui, perde-se o critério da virtude democrática, abrindo-se caminho a que os piores se cheguem à frente na fila de espera (qualquer dia, integra-se a Líbia para ter mão no Kadafi…). Tanto que há a fazer na consolidação da integração dos Estados recentemente admitidos, na preparação e ajuda às nações intrinsecamente europeias, porquê a história da Turquia? A UE como braço civil da NATO?















Publicado por João Tunes às 18:26
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

SERMÃO INTERROMPIDO

foto02[1].jpg

- Atenção à porcaria da droga, vê lá, não aceites ofertas duvidosas.

- Tá bem, tá bem. Ok. Eu não sou parvo. E tu, porque é que fumas?



Publicado por João Tunes às 16:18
Link do post | Comentar

CASA ABAIXO!

ind[1].jpg

Concordo totalmente com Vital Moreira. Mais, bato palmas. Porque demonstrou, mais uma vez, que é mais fácil apanhar um demagogo que um coxo.

Moral da história: Quem tem casas de paredes feitas com dolo não nos passa atestado de tolo.



Publicado por João Tunes às 15:58
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

PREOCUPAÇÕES COM AS SANFONAS

sanf.JPG

Este desconcerto governamental, pela péssima utilização das sanfonas no trato dado à pauta da causa pública, ultrapassa qualquer noção de esquerda-direita.

Com Durão-Portas, havia a noção de estarmos perante o governo mais à direita desde a reinstalação da democracia. Agora, a dupla Lopes-Portas evidencia mais desarranjo e leviandade que um qualquer posicionamento no espectro político. Porque o mais evidente e saliente é a incompetência e a falta de decoro em dela não ter vergonha, quanto mais emenda. Até nos esquecemos da água que eles levam à azenha dos interesses instalados. Porque a água é tanta que inunda os ministérios e já salta das janelas.

Falou-se muito do perigo do populismo a propósito da liderança Santana Lopes. E do perigo que representava a eventual adesão popular a uma prática de governar sem referências nem carta de marear, dando o primado ao trato das circunstâncias segundo as marés. Mas aquilo a que se assiste está longe de aí chegar. Ficarão as intenções mas falta o talento para o engano e para a eficácia da demagogia. Porque o trato da propaganda e do afagar o pelo requer um suporte que este governo visivelmente não consegue caboucar.

O risco maior agora é baixar-se demasiado a bitola da medida da qualidade da governação. Ou seja, qualquer alternativa, por fraca que seja, serve. E se este risco funciona à direita (podendo dar lugar à tentação de experimentar uma direita forte e com norte), idêntico pode suceder em contágio à esquerda. Traduzindo por miúdos, impulsionar o PS, sob liderança de Sócrates, à falta de exigência e de rigor pela fraca qualidade do contraponto. A preguiça na esquerda sempre levou à sua descaracterização. E a preguiça, na política como em tudo o mais, sempre foi mal apetecido. E contagioso. No caso, até podem dar-se recaídas. Para mais, o tal centrão dos quinhentos mil eleitores que decidem as vitórias (votando ora PS ora PSD), é ele próprio a expressão mais acabada (e suporte eleitoral) da preguiça democrática. Veremos se, à esquerda, a herança do santanismo não vai remoçar a probabilidade do regresso ao guterrismo de triste e fresca memória. Cruzes canhoto.







Publicado por João Tunes às 12:52
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)
Quarta-feira, 29 de Setembro de 2004

DO MAL E DA CARAMUNHA

as_137_7.JPG

Para ficar maluquinho de todo sem entender patavina onde vivo, só me faltava que os escândalos das sinecuras e mordomias na CGD servissem de argumento ou pretexto para os defensores da privatização da Caixa. Mas havemos de lá chegar. Ao cúmulo do descaramento santanete e ao meu desarranjo de discernimento.

Jorge, ajuda-me!



Publicado por João Tunes às 16:43
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)

A RETROACTIVIDADE DO SOFRIMENTO

serrador.JPG

Uma trabalheira infernal isto de se ser gestor. Os suores, antes apanágio dos proletas de outras eras, transferiram-se agora para as frontes gastas dos gestores das andanças de agora. Uns autênticos novos escravos do bem comum. O mundo e a economia globalizaram-se, a empresa de hoje já é outra amanhã, uma dança com ritmo louco que gasta e desgasta os pobres gestores. Ninguém mais sofre como eles sofrem. Como se tanto não bastasse, há trabalhadores a mais em cada canto e por tudo quanto é sítio. Eles despacham, despacham, abatem, abatem, mas sobra sempre alguns trabalhadores a atrapalhar e que é preciso que não atrapalhem a economia. Muito menos, as finanças.

Leio a justificação de Mira Amaral para a choruda reforma da CGD. Leio também que a Comissão de Trabalhadores da Galp meteu a Procuradoria Geral da República ao barulho porque há por lá administradores, herança de António Mexia, que têm mais quinze e dezoito anos de antiguidade do que os anos de serviço à casa. Pelos vistos, está a ser hábito um gestor entrar ao serviço com antiguidade retroactiva.

Um escândalo e uma ilegalidade? Por quem sois, gestor sofre, justo será que descanse com menos sofrimento que aqueles que os gestores abatem ao serviço. O dourado da vida tem de recompensar os vencedores. Ai dos vencidos.





Publicado por João Tunes às 16:37
Link do post | Comentar

VOLTA AO JORNALISMO, PÁ!

migolpe.JPG

Não me convencem os argumentos esgrimidos para justificar que Vicente Jorge Silva, demitindo-se de militante do PS, mantenha o seu lugar de deputado independente na bancada parlamentar daquele Partido. Falo do que li no Causa Nossa
escrito pelo próprio e aquilo que Vital Moreira aduziu em sua defesa e justificação.

Por um lado, é perfeitamente falacioso dizer-se que VJS se demitiu após votação para SG do PS e antes de se saber o resultado, para não se dizer ou deduzir que o seu acto tinha a ver com os resultados. Não é possível que toda a gente soubesse, menos VJS, quem ia sair vitorioso. Admitir isso é passar testemunho de menoridade a uma pessoa que se destaca como excelente analista político. A teatralidade da escolha do momento decerto não se verificaria se Alegre tivesse as hipóteses que todo o mundo sabia que não tinha. Ou então, o apoio de VJS a Alegre foi uma leviandade que pretendia ser cruel para o apoiado.

Argumentar-se que VJS regressa à qualidade de deputado independente com que entrou no Parlamento e que igual estatuto têm outros deputados pelo PS, é brincar com a substância das coisas. Um independente é-o enquanto é. Depois de aderir, saindo, deixou de poder retomar a virgindade de origem. Passa automaticamente à qualidade de ex. É uma opção sem retorno. Como acontece à donzela, depois da primeira noite a dormir com o namorado. Em VJS, há um acto de rotura partidária e a manutenção de um lugar na bancada parlamentar do partido que se renegou. Simples, se não complicarem.

VJS até podia dizer assim:

- Saí do PS. Mas fico como deputado. Pronto, então vá.

E eu encolhia os ombros, tanto mais que já vi coisas bem piores. Desta forma, a justificação soa a areia deitada para os olhos.

Entendo que VJS devia abandonar a bancada parlamentar do PS. Mas por outros motivos. Acho que faz falta ao jornalismo. Mais falta no jornalismo que a curtir contradições de coerência lá nos Passos Perdidos.












Publicado por João Tunes às 15:50
Link do post | Comentar

CUBA

pres.JPG

Eu não sei se aquelas grades são feitas de esquerda.

Também não sei se o chão daquelas celas tem mosaicos de igualdade.

Muito menos adivinho se a luz coada daqueles pátios das prisões canta a internacional.

Impossível saber se a comida dada àqueles presos por delito de opinião sabe a causas proletárias e depois apetece levantar o punho fechado.

Até nem sei se a falta de liberdade em Cuba custa menos que noutro sítio qualquer.

Como também não sei se ser torturado por um pide cubano, em vez de doer, dá ganas de libertar o mundo do imperialismo.

E se ter um ditador tão antigo e tão teimoso, é coisa boa e vacina contra os males da globalização, diminui o número de mísseis que Bush manda disparar e baixa o perigo de Bagão aumentar os impostos.

Apenas sei que, pensando em Cuba, ia sentir-me infame se não pensasse em Raúl Rivero e nos seus companheiros.















Publicado por João Tunes às 12:57
Link do post | Comentar

SEM

bl-10[1].jpg

Que me desculpe o compadre Isidoro
mas não resisto à transcrição deste naco:

é o que está a dar o iogurte magro a política do centro do meio a cerveja sem álcool o fato às riscas o tabaco sem nicotina a saúde moderada nas taxas a barba de três dias a guerra a computador a loucura sem maluco o bronzeado sem sol o ps sem socialismo o sexo na net o patrão sem rosto a falsa calvície a choruda reforma sem bulir o leite línea a corveta sem inimigo a música spunc spunc spunc spun a situação sem oposição o café com ermezetas o psd sem social-democracia a linguiça sem gordura o pc sem proletários as bicicletas estáticas o ministério da defesa sem tropa a maltosa a comprar a crédito a agricultura sem couves o presidente inodoro a comunicação social do umbigo o robalo de aviário a aviar o bagão sem tostão a canja sem ovinhos amarelos os mestres-escola sem a dita o aborto defendido por abortos e os abortos pela vida as câmaras sem ar o padre sem vocação o maluco sem loucura o livro sem papel o queque sem chá enfim o triunfo do lights

Que delícia de prosa. Tão quanto é desesperante este neutralismo sem gordura, sem nicotina, sem cafeína, sem álcool, sem valores, sem alegria, sem galhardia. E se não nos pomos a pau, por este andar ainda temos uma sociedade com 0% de pessoas por se achar que elas fazem mal à saúde. Uma sociedade sem. Até sem estômago para levar um murro e arrepeiar caminho. Mas os culpados têm nome, somos nós.




Publicado por João Tunes às 12:06
Link do post | Comentar

ALEX E OS COPTAS

image010[1].jpg

Longe de mim a intenção de discutir ou polemizar à volta de precisões teológicas. Muito menos com o amigo Alex
que se mostra entendido na poda e corrigiu os dados que aqui apresentei num post (Nilo e Sinai - 29) sobre a religião copta praticada pela minoria cristã no Egipto.

No entanto, alertado pela chamada de atenção e não querendo dar guarida a falta de rigores que até podiam redundar num mau olhado ou perda de lugar na bancada da santidade eterna, fui conferir tudo direitinho. Da frente para trás e de trás para a frente. E conclui que acho que afinal não pequei na oração, presunção que se junta à certeza anterior de nunca, nesta matéria, ter pecado por intenção.

Confirmei e agora mantenho que a religião copta se consolidou na implantação do cristianismo no Egipto sob o manto protector do domínio romano no século IV dC (embora os cristãos se tenham refugiado no Egipto desde o início da sua perseguição pelos romanos), irradiando a partir de Alexandria, identificando o cristianismo como rotura com o paganismo egípcio e que, nomeadamente, levou a vários eventos de fortes marcas – adopção de um nova escrita (também chamada copta e que era uma miscelânea da antiga língua egípcia mais inspirações romanas e gregas, tinha o alfabeto grego como base e a substituir o uso dos hieroglíficos); adopção do cristianismo copta como religião oficial e em consonância com a sua adopção imperial pelos romanos; tentativa de destruição dos sinais da civilização egípcia pagã (de que hoje restam marcas na picagem de símbolos, inscrições e figuras em alguns templos e degradações provocadas pela utilização profana de alguns outros).

É na luta pela hegemonia entre Alexandria e Bizâncio, no quadro do Império Romano do Oriente, que se gera o cisma entre as duas igrejas, em que a orientação copta é considerada heresia sob pretexto da sua não aceitação do dogma da Santíssima Trindade (uma espécie de conceito do divino a três dimensões – Pai, Filho e Espírito Santo). A partir daqui, estabeleceu-se um papado autónomo em Alexandria que orienta esta confissão e que sobrevive até aos nossos dias mas que, no essencial, questão da Santíssima Trindade à parte, adopta uma concepção e um ritual com mais proximidades que diferenças relativamente ao catolicismo e às confissões ortodoxas.

No século VII dC dá-se a ocupação árabe e o processo de islamização. E são os árabes que criam o termo copta (de kopta) e que significa apenas “egípcio”, como forma de identificar o povo a dominar. A partir daqui, até aos nossos dias, o islamismo é adoptado como religião oficial egípcia (iniciando-se o período de minorização, com períodos de repressão, dos crentes coptas). A isto juntou-se a adopção do árabe como língua e escrita no Egipto e a marginalização da expressão copta falada e escrita.

Apesar de a maioria dominante árabe-egípcia/islâmica e a minoria egípcia/copta viverem muitos séculos em coexistência, existiram sempre tensões entre as duas comunidades e confissões. Um sinal disso é que se construíram mesquitas ao lado de todas as igrejas coptas, vincando a dualidade, e outro foi, com o aparecimento virulento do fundamentalismo islâmico no Egipto, a crispação e a intensidade de hostilidade para com os coptas que ainda é visível nos nossos dias e que deu lugar a migrações de muitos monges eremitas coptas para o deserto montanhoso da Península do Sinai (embora o principal símbolo religioso cristão ali – perto do cume do Monte de Moisés – seja o Mosteiro de Santa Catarina, cuja confissão é de filiação ortodoxa grega e onde vivem quarenta monges em permanência e todos eles cidadãos gregos).

Convido o Alex
, que me “acusou” de falta de rigor em história religiosa, a fornecer dados contraditórios dos ora invocados. Caso contrário, ele deve dar o braço a torcer, confessando a fragilidade da sua contradita e que, se não me punha a pau, me podia valer ter de curtir imerecidamente penas no purgatório (o copta, segundo a lógica).











Publicado por João Tunes às 11:21
Link do post | Comentar
Terça-feira, 28 de Setembro de 2004

NA HORA DA TELMA

apost10.JPG

Duas muito jovens amigas podem ser sentidas como muito antigas amigas? Podem. Se podem. Mesmo parecendo, nos tempos que correm, coisa dos antigamentes e passado de moda.

Hoje, desata-se o último nó de uma equipa profissional que conseguiu a suprema coincidência e raridade de juntar um punhado de bons amigos acicatados pela performance ao serviço da mesma empresa. O exemplo era bom demais. Disse-me, um dia, o presidente da dita cuja que o melhor é que, numa empresa, as pessoas não se liguem por amizade por assim ser mais fácil competir e produzir. Achava ele que a solidariedade baixava o rendimento e o preferível é a adrenalina de olhar o próximo como rival a ultrapassar. Talvez com a faca na liga, as empresas andem melhor, sobretudo na hora em que as pessoas são quase apenas custos. Mas o gajo era néscio e media tudo pela sua avareza de mando e assim queria selva à sua volta. Tão néscio e tão desmedido que agora anda por aí feito ministro santanete, arrastando cultivadores de imagem pela trela.

Poder é poder. Mesmo se mais impante que consistente. A equipa foi-se desfazendo, pingando do insuportável. As mais resistentes foram as minhas jovens e antigas amigas. Tão antigas quanto jovens. Mas não tardou que uma rumasse ao seu ninho tripeiro. Agora vai-se o último elo desgastado da equipa. Perde a empresa, acho eu, de entendimentos às avessas com os saberes e quereres de gestores feitos ministros, neste tempo de lustre fácil.

O que um gestor, e muito menos um ministro, não tem poder é para desfazer amizades que são sempre antigas pela sabedoria do sentir.

O melhor para vocês, jovens, antigas e queridas amigas. Há mais mundos no mundo. E o melhor no mundo faz-se com amizade e serão sempre os solidários os melhores feitores de um mundo melhor. O gajo é parvo.









Publicado por João Tunes às 19:46
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)

APANHADOS

blo.JPG

Que conspiração animada pode inspirar estes pândegos, felizes de terem nascido?

Para mais, tratando-se, como se trata, de dois blogueiros veteranos (um deles, ferroviário na linha de Sintra
e que assim está sob a alçada do Ministro dos Transportes; o outro, poeta da fotografia
e que trabalha, com artes de torneiro emérito, as ternuras da alma), mais um outro que resiste à faena de escrever na blogosfera (e, tratando-se de um mestre da palavra, um egoísta de partilhas).

Se calhar, nada conspiram. Apenas gozam o contraponto entre os vícios expostos dos que blogam e a catrefa de “água lisa” que o ciber-renitente parece carregar nas costas como puritana e excessiva referência.

Que nunca me doam os braços de abraçar estes amigos e orgulhos meus.





Publicado por João Tunes às 16:24
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)
Segunda-feira, 27 de Setembro de 2004

CONTRADIÇÃO PRAGMÁTICA

sant.JPG>

O contraditório é compatível com o estar político? Pois, e a coerência?

Alegrei-me com Alegre. A sua campanha deu-me alegria de esperança e de reencontro com os valores. Vivi Alegre como não pensava que isso já fosse possível. Para mais, num PS a quem apenas me liga o desconsolo de nele votar. Porque tudo o mais é bem pior e pelas piores razões.

Gostei que Sócrates ganhasse e pela maioria que foi. Porque quero libertar-me do pesadelo santanete e acho que ele é o capaz de tal missão. Esperando que, no PS, alguma coisa de alegre tenha restado.

Nenhuma coerência nisto. Apenas a vontade de substituir um sonho pela vontade de terminar um pesadelo.

Ai, a ditadura do pragmatismo… Um dia destes ainda vou tentar ser coerente. Procurando escapar das cornadas do neo-liberalismo pimba que nos governa. Vai ser possível?









Publicado por João Tunes às 16:00
Link do post | Comentar | Ver comentários (1)
Domingo, 26 de Setembro de 2004

NILO E SINAI (34 E ÚLTIMO)

Egipto 1206.JPG

Fecho de ciclo de descoberta, de reencontro e de corte com a rotina. Hora de regressar. E o prazer de redescobrir o conforto da luz única de Lisboa. Mais a volta lenta da adaptação aos velhos ritmos e às velhas realidades. Regressar ao ninho, também e sobretudo. Mas não deixando de pensar na próxima fuga e no próximo banho de realidade alheia, fazendo com que o crepúsculo se confunda com o desejo de uma nova manhã, nunca esquecendo que o mundo é feito de muitos mundos.

Hora de nos lembrarmos que vivemos num país que, de desdita em desdita, é governado por um tal Santana Lopes; tem António Mexia como ministro e Luís Delgado como Mensageiro, Profeta e Gestor da Propaganda; os computadores derrotam as escolas, os professores, os jovens e os pais; a CGD é - mais que força bancária - um centro de reformas obscenas e de sinecuras para ministros desempregados; uma mãe assassina uma filha por uma questão de trocos de compras; as vítimas da Casa Pia continuam a esperar que haja um juiz disponível para julgar os seus abusadores; onde a Oposição foi a banhos. Um país que, de tão adiado, há-de acabar por acordar estremunhado. Se a preguiça da espera não lhe trouxer a senilidade da desistência e da apatia. E se os valores aguentaram tanto desperdício com o fútil, o inútil e o fascínio, novo-rico e selvagem, pelo neo-liberalismo.

Termino aqui as crónicas do Nilo e Sinai. Para não maçar os curiosos da blogosfera, vim para aqui, para este cantinho novo da Água Lisa. Foi sobretudo um exercício pessoal de prolongar uma experiência que me enriqueceu, deixando a sua partilha para uns quantos pacientes de curiosidade e de amizade que descobriram o rasto deste refúgio mal disfarçado. Foi expressão de uma obsessão maçadora, eu sei. Mas não tenho remorsos porque também foi um teste de resistência a companhias e amizades.

È altura de voltar ao prosaico da vida lusa. Blogando? Talvez. Como diz o outro, porque não? Sem motivos nem alegrias para o porque sim, acrescento.

(Foto de Pedro Tunes)









Publicado por João Tunes às 15:05
Link do post | Comentar | Ver comentários (2)

j.tunes@sapo.pt


. 4 seguidores

Pesquisar neste blog

Maio 2015

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Posts recentes

Nas cavernas da arqueolog...

O eterno Rossellini.

Um esforço desamparado

Pelas entranhas pútridas ...

O hino

Sartre & Beauvoir, Beauvo...

Os últimos anos de Sartre...

Muito talento em obra pós...

Feminismo e livros

Viajando pela agonia do c...

Arquivos

Maio 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Junho 2013

Março 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Junho 2012

Maio 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

Novembro 2004

Outubro 2004

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

Fevereiro 2004

Links:

blogs SAPO