Quarta-feira, 30 de Junho de 2004
(foto roubada ao
Bloff)
Senhor Putativo, Indigitado e Provável Novel Primeiro-Ministro,
Vexa tem a alta responsabilidade de nomear a sua equipa ministerial em concordância com as recomensações feitas por Sexa Governador do Banco de Portugal a Sexa Senhor Presidente da República e que realçam a máxima recomendação de que, no novo governo a nomear por Vexa, se mantenha o equilíbrio orçamental, a bem da dieta do défice e do PEC.
Sabemos que Sexa e próxima ex-Ministra das Finanças não vai à bola com Vexa, pelo que se exclui, infelizmente, a possibilidade de contar com esta patriota na nobre função de nos atarrachar o cinto, o que muito agradaria a Sexa Governador do Banco de Portugal e a Sexa Senhor Presidente da República.
Os jornais insistem na notícia de que um dos líderes do Compromisso Portugal, proximamente em risco de desemprego por ter apostado no cavalo errado na corrida à Galp, poderá ser recompensado pelos serviços prestados à "causa carlucciana" com um "pontapé pela escada acima" e ocupar o cadeirão da truculenta, embirrante e próxima ex-Ministra.
Recomenda-se vivamente a Vexa que não caia nessa esparrela que ia contrariar as recomendações de Sexa Governador do Banco de Portugal a Sexa Senhor Presidente da República. Primeiro, porque ele iria, de certeza, gastar 99% do Orçamento em publicidade, jornais, televisões e jornalistas. E o que sobrasse iria acabar nos bolsos do Figo para permitir que a sua imagem servisse para decorar a fachada do Ministério das Finanças. E, assim, nada sobraria para organizar as recepções ao ex-Primeiro Ministro quando ele visitasse o nosso país para ralhar sobre a forma como Vexa está a comprometer o PEC.
Acresce que tal figura como Ministro das Finanças, tendo poder de decisão sobre a escolha do novo Presidente da Galp, o mais provável seria que vetasse os nomes indicados pela Petrocer, correndo-se o risco de o poder da petrolífera cair na Segunda Circular e ficar prisioneiro de uma qualquer manif promovida por SMS.
Em virtude do exposto, sugere-se a Vexa que, numa atitude de sabedoria, tome a seguinte, única e sábia decisão:
- Manter o "status quo" executivo da Galp, dado que, para mais, a malta de lá já deve estar habituada e por tudo (e os jornalistas também). O País agradece.
Mais conselhos lhe serão dados na manif santaneta e SMS de desagravo, promovida para esta noite no Elefante Branco. Lá estarei.
Melhores Cumprimentos.
Para ver a laranja espremida e bem espremida, demonstrando que de mecânica já nada tem. Esses boeres de uma figa que passaram séculos a pilhar aquilo onde nós íamos assentando arraiais... A malta esfalfava-se a instalar os fortes e as feitorias, tínhamos que limpar os teimosos que não queriam aceitar a nossa soberania. Com a espada e a cruz. Uma trabalheira dos diabos. E depois vinham os holandeses, papinha feita, tomar-nos conta dos fortes e das mercadorias. Ainda por cima, aquele país feito de gatunos dos mares, para saberem comerciar e enriquecer, ainda precisaram que lhes despachássemos os judeus que cá não quisemos.
Hoje, vão pagá-las todas por junto e atacado.
PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL!
(imagem roubada ao
Africanidades)
Terça-feira, 29 de Junho de 2004
Através do
Fumaças, tive eco da represália do BES sobre o Expresso por motivo de artigos deste semanário relativamente à corrida da Carlyle ao controlo da Galp (em que o BES participava na parceria Luso Oil). É assim: pago-te anúncio mas fazes-me o frete jornalístico! Ou: quem não sabuja não mama.
Obviamente que isto é o dia-a-dia da nossa comunicação social, cada vez mais enfeudada na origem ou pela carteira de anunciantes. Como, na maior parte das vezes, se cede à chantagem, nós não vamos sabendo da missa. Boa excepção à regra.
Se eu fosse sidonista, esta era a boa altura de me sentar e esperar que o Presidente - que não é Rei - decidisse por mim. E por todos. Deixando-o, apenas, prisioneiro das chantagens palacianas e das impotências reverentes.
Se eu fosse militante com cartão ou presunção, iria cheirar o cú dos Secretários e ouvir deles qual a linha justa para as conveniências do Partido.
Se eu fosse inconsciente, diria
ainda bem, que o estampanço vai ser maior, deixando correr a incompetência e o populismo.
Se eu fosse leviano, discutiria a forma e deixava "santanizar" este pobre país que, de tão pobre, não merece nem aguenta tanto. Porque, mesmo aqui, a vigarice política devia ter limites.
Se eu fosse do PS, tremeria de ver o Ferro ir a votos com o Pedroso na lapela.
(Porque um podia ser Primeiro Ministro. E o outro, ministro de qualquer coisa.)
Se eu fosse o José Pacheco Pereira, voltava a ser maoísta. Porque, neste país, tudo é possível e quem contorce, sempre torce.
Se eu fosse a Helena Roseta, vestia-me de luto e voltava a chorar em directo com uma foto de Sá Carneiro junto ao coração. Porque, neste país, a todo o tempo se pode voltar para trás.
Se eu fosse o Pina Moura, pedia desculpa ao Carvalhas, fazia autocrítica e pedia para voltar. Porque, neste país, tudo vale sempre alguma pena quando a lata não é pequena.
Se eu fosse o Louçã, ria-me que nem um perdido a olhar para as mensagens no telemóvel. Porque, neste país, rir é a única coisa que tem motivo.
Se eu fosse patriota da bola e tivesse bandeira na janela, já a tinha tirado por vergonha.
Sábado, 26 de Junho de 2004
(imagem obtida do
Barnabé)
Sexta-feira, 25 de Junho de 2004
Mereces ser País Independente.
Merecias ter mais que Frelimo + Renamo.
... DOBREM A LÍNGUA, PLEASE!
BEBAM MAS SOLETREM: VI-NHO DO POR-TO !
Quinta-feira, 24 de Junho de 2004
Festa de arromba só pode ter sido, depois de lida tanta concordância e tanta felicitação.
E não faltaram os iates do patrão de Mourinho para apimentar a proximidade e as deduções simbólicas, simétricas como não podia deixar de ser.
Não fui porque não pude, disso tendo avisado o
Prof da Causa, com nota de discordância sobre o critério dos
Oscares. Como foi momento de celebração, negas ao unanimismo não podiam ter cabidela (por falta de educação ou talvez de elegância, até mesmo sinal de empertinência) e, vai daí, o registo do agradecimento pelo convite, indicação de impossibilidade de comparência e a nota dissonante, perderam-se pelo caminho.
Constatei, logo a seguir, que perdi momentos únicos, embora passíveis de réplica.
Da festa, registo a aristocracia umbiguista do
VJS, para quem, antes e depois daquela Festa, nunca, jamais, em tempo algum, a blogosfera se tinha encontrado. Quando a verdade é que este "encontro" é o último noticiado de vários e tantos que aconteceram. Mas, neles, o VJS não esteve, logo não contam para a estatística.
Afinal, para o mal e para o bem, as estrelas da Festa, pelo que fiquei a saber, foram mesmo os iates do russo. Pelo menos, como musa inspiradora de fantasia literária e de hedonismo à solta. Foi assim com o
Jumento. Também com o
Memórias do Presente. Adorei.
Aconselho que não se perca a leitura da peça do
Memórias do Presente. Deliciosa e de extrema fantasia, crónica viva cruzando tempos vividos com os que se vivem, conseguida e com muito que se lhe diga ou mesmo se lhe conte. Eu só lhe juntava uma nota, se o Raimundo mo permite: pelo local e pela ostentação simbólica daquela navegação, sorte teve o Russo mais os GOES, mais a Máfia e outras tais, que nenhum dos iates se chamasse
Cunene. Porque, então, o Russo podia ter dormido mal naquela noite.
A blogosfera necessita de se purgar do fel que a contamina por pedras atiradas. Uns a outros. Aos políticos (estes ou aqueles). A tudo que merece e não merece. Por via directa ou por tabela. Porque não deve ser um ringue.
A blogosfera necessita de se livrar dos arremessos de ressentimentos. Porque não deve ser refúgio para resmungos.
A blogosfera necessita de limpar o mel dos salamaleques das deferências. Dos abraços e beijinhos de circunstância. Dos óscares e comendas por dá cá aquela palha. Porque não deve ser um salão de festa de bombeiros.
A blogosfera necessita de esconjurar vaidades à desgarrada. Porque não deve ser uma passagem de modelos.
Mea culpa.
A blogosfera necessita de olhares.
A blogosfera necessita de posts como este:
"Se eu fosse um olhar seria tudo. Um olhar belo e verdadeiro, sem segredos, está em todo o lado onde há nem que seja apenas um pingo de felicidade. Um olhar sensível e envergonhado, que se esconde quase sempre atrás do receio. Olhares profundos que são intensos, e um olhar intenso pode ser tanto de pura alegria como de puro ódio. Estes olhares são horríveis, tão maus que apenas por um bocadinho não nos cortam a respiração. Infelizmente há muitos desses terríveis olhares hoje em dia e nada podemos fazer para o evitar, já que quem manda no nosso olhar não somos nós. Não podemos mentir sem ter pelo menos um minúsculo fragmento de arrependimento ou culpa no olhar. Um olhar ciumento é protector e sincero embora não seja muito agradável. Há olhares que nos sufocam e outros que nos poêm aos pulos, mas o pior de todos é sem dúvida o olhar indiferente. Um olhar que não quer saber sobre o que possa acontecer ao seu receptor, um olhar que não demonstra nada, maldade, frieza, ódio, crueldade, nada. Um olhar que nos deixa sem armas para o enfrentar, que não nos diz do que nos acusa, e, por isso, é o pior de todos. Um olhar misto é um olhar que sente muito ao mesmo tempo. Pode sentir alegria nervosa, maldade envergonhada, preocupação arrependida, muitas coisas mais. Um olhar esconde segredos inimagináveis. Podemos aprender muito com eles mas muitas vezes temos terror de assistir a algum, dependendo da situação. Um olhar é algo que não se consegue escrever, mas que com um olhar se explica muito bem explicado. Um olhar é brilhante. Um olhar existe, existiu e existirá sempre. Mesmo que seja distante, que pareça que não está lá, ele está. Muito bem escondido, mas está. Se eu fosse um olhar seria absolutamente tudo..."
Quem o escreveu? A
Carla. Tem 11 anos. Só podia ter 11 anos. Não bloga. Teve montra de orgulho no blog paterno.
Obrigado
Carla. Obrigado
Carlos Gil.
Foto roubada ao
Duas LInhas.
Quarta-feira, 23 de Junho de 2004
Carlos Cardoso é um símbolo do jornalismo onde ser-se jornalista exige coragem e gostar-se da verdade pode exigir a própria vida.
Carlos Cardoso, moçambicano de segunda geração, simpatizante frelimista, fez da verdade a máxima dos que acreditam que ela é sempre revolucionária.
Carlos Cardoso meteu-se com a mafia frelimista e levou. Assassinaram-no porque, hoje em Moçambique, a corrupção é poder e a verdade é intolerável porque o poder está corrompido desde o Palácio Presidencial até aos escritórios administrativos espalhados por aquele imenso território. De país independente transformou-se rapidamente em país de rapina. Enquanto Carlos Cardoso se manteve moçambicano, amando Moçambique, a elite frelimista retornou ao pior da tradição do poder colonial apeado, sobretudo quanto a prepotência e desprezo pelo povo. Ainda por cima, Carlos Cardoso era branco, portanto um alvo mais fácil para abater. O racismo também mora ali e de que maneira.
No funeral de Carlos Cardoso, a que Chissano teve a pouca vergonha de comparecer, Mia Couto dedicou-lhe estas palavras cheias de peso e sentido: "Não estamos chorando apenas a morte de um homem. Não foi apenas Carlos Cardoso que morreu. Não mataram somente um jornalista moçambicano ... morreu um pedaço do país, uma parte de todos nós.".
Sobre Carlos Cardoso, acaba de ser editada pela Caminho, uma biografia intitulada
É proibido pôr algemas nas palavras da autoria de Paul Fauvet e de Marcelo Mousse. A não perder pelos que amam Moçambique e a Verdade.
O
Arcabuz é um novíssimo blogue que vem acrescentar valor (como agora se diz) à blogosfera. Tiros certeiros. Apesar da arma ser de museu, o que só contribuirá, positivamente, para a suavidade de estilo dos disparos.
Está lá um excelente post sobre a "questão" de
Olivenza que, pelos vistos, vai ter dignidade de tratamento revivalista na Assembleia da República. Mais argumentos para quê?
Acrescento apenas que só cá faltam os Grupos de Amigos de Lourenços Marques, Porto Amélia, Vila Pery, Nova Lisboa, Silva Porto, Salazar, Carmona e Teixeira Pinto, reivindicando, no mínimo, o retorno aos nomes de antigamente.
Um ucraniano assassina um inglês em Lisboa. A PSP prende o homocida e faz comunicado público a dizer que o sujeito é croata.
Embaixada da Croácia protesta e chama incompetente à PSP.
PSP confirma que que o homicida era ucraniano.
Comandante da PSP telefona ao Embaixador da Croácia e pede desculpa.
A Embaixada da Croácia aceita o pedido de desculpas da PSP.
(A xenofobia também é isto: croata, ucraniano, romeno ou moldavo, é tudo a mesma gente. Lá para aquelas bandas. Navalhadas é com eles.)
O Comandante da PSP ainda não pediu desculpas aos portugueses.
Os portugueses têm o direito de não aceitar o seu pedido de desculpas mas aceitar o seu pedido de demissão. Para que seja substituído por um oficial que saiba e ensine geografia política à PSP.
No post que coloquei "Pensamentos à Figo", pretendi sublinhar o absurdo da acesso de estupidez que acometeu este notável atleta. Figo, em pungente conferência de imprensa, rejeitou críticas ao estado actual da sua performance desportiva, negando direitos de intromissão no "lugar de culto sagrado" do futebol a todos que fossem estrangeiros da profissão/arte, terminando com esse lancinante murmúrio de coerência em que dizia que ele "não falava sobre cinema ou pescas".
Não o colocando nos píncaros olímpicos (acho que há melhor, bem melhor), considero Luis Figo um excelente e fora-de-série futebolista. Mas, pelo seu desgaste (derivado em grande parte pelo seu enorme profissionalismo e entrega), Luis Figo entrou na fase descendente da sua carreira (como ele reconhece ao prever apenas mais dois anos de prestação desportiva). É a lei da vida. Como aconteceu a Paulo Sousa (já arrumou as botas) e está a acontecer a João Pinto, Fernando Couto, Rui Jorge e Rui Costa. Pelas suas características e posicionamento, Figo ainda pode contribuir para a Selecção mas a Selecção já não pode depender de Figo (pelo menos, na totalidade dos noventa minutos). Neste Euro, Deco, Costinha, Maniche e Cristiano Ronaldo são as chaves consistentes do domínio do meio-campo, contenção e armação do ataque luso. Como na defesa, é a defesa "base Porto" (o Miguel andará por lá mais pela velocidade de recuperação de terreno que por méritos defensivos, mais esse portento chamado Jorge Andrade que ocupa o lugar do mais que gasto Jorge Costa, restando esse enorme equívoco indecente e teimoso de Scolari a guardar a baliza e onde devia estar Baía).
O futebol é o que é, porque todos sabemos de futebol. Até eu. O facto de cada espectador ser um treinador e ter opinião sobre tudo é que permitiram que ele se tornasse tão popular e no maior espectáculo de massas. É isto que lhe dá proveito e proventos, tendo-o transformado na maior das indústrias do espectáculo. Ao estado a que as coisas chegaram, não sou dos que lamentam os milhões ganhos pelos "artistas". Até acho bem que eles sejam principescamente remunerados num espectáculo de enormes receitas e em que são eles os artistas. Mas tudo assenta na mesmíssima base: a maioria gosta de futebol, toda a gente entende de futebol, toda a gente fala sobre futebol, toda a gente tem opinião sobre futebol. Ninguém precisa de ler uma linha sobre futebol para fruir o espectáculo dos noventa minutos. Tanta "democraticidade" tem, inevitavelmente, que comportar rios de disparates pois, quanto a acerto, cada qual tem o seu.
Um artista não pode querer que se apenas fale deles quando está no auge ou quando joga bem. Negar o direito de crítica ou de comentário a "leigos" é negar a actividade em que se meteu. Fazê-lo, como Figo fez, é uma estupidez e um acto retardado de não saber fechar em beleza e com modéstia uma extraordinária carreira. E imaginemos o que aconteceria se idênticas atitudes tivessem sido assumidas pelos outros "grandes artistas" preteridos (Rui Costa e Fernando Couto). Foi, repito, uma estupidez de "prima donna" com rugas.
Em vez das palavras estúpidas que atirou, Figo podia falar sobre cinema e sobre a política para as pescas. Demonstrando que é um cidadão e como homem de interesses mais largos que o da arte em que é mestre e dos anúncios onde amplia o pé de meia à custa do fascínio que exerce enquanto futebolista. Dando a todos o direito de falarmos sobre futebol e sobre a performance de todos e cada um dos artistas da bola.
Foi isto que quiz sublinhar no tal post. Tentando demonstrar o absurdo da estupidez das palavras de Luis Figo.
O José Flávio Teixeira do
Ma-Schamba, idólatra confesso de Luis Figo (tem esse pleníssimo direito), albergou, ontem, honras de transcrição ao meu post. O que só posso agradecer como é óbvio. Tanto mais que o fez acompanhar de dois simpatiquíssimos mails pessoais repletos de elegância, consideração, hedonismo e bom humor, onde até transparece uma certa ternura que ele terá por mim e que deve ser efeito do respeito que se tem por um "mais velho", que é coisa que depressa se aprende em África. Já aqui disse o quanto aprecio o
Ma-Schamba, uma referência e objecto de culto cá da Bota. Apesar de ele estar bem à minha direita (o que só dá colorido aos nossos bate-papos), encanta-me ler os posts de José Flávio Teixeira, pela elegância elíptica e reinventiva da escrita, pelo rigor dos conceitos e da metodologia do conhecimento, pela imensa cultura e pensamento profundo que se respira em cada palavra escrita, pelo seu fair-play, porque traz o Moçambique de que tanto gosto através de um olhar lúcido, crítico e distanciado (o que é notável, porque ele vive lá). Pela sua parte, sei que esta Bota é sua visita diária (ainda hoje voltou a referir o Bota Acima a propósito da homofobia) e, de quando em vez (quando terá tempo) por aqui deixa o seu comentário, sempre elegante, considerante, cúmplice mas frontal, afinal amigo mesmo. Estou convencido que, se tivéssemos oportunidade de nos conhecermos pessoalmente, seríamos dois bons amigos para o resto da vida, desafiando o avanço da noite em intermináveis polémicas de estimação e na exacta medida em que o tinto alentejano fosse descendo na garrafa (funcionando como ampulheta da amizade sadia). É o que também tem de bom a blogosfera - enquanto não surge a oportunidade para o abraço, a partilha e a comemoração, vai-nos restando colheitas de boas amizades virtuais. Um abraço do tamanho da distância entre o Atlântico e o Índico, caro José Flávio Teixeira. Kanimanbo Mozambique!