Enquanto os partidos tradicionais petrificam nos mausoléus, empalhando os seus interesses e os interesses dos seus, os cidadãos devem ocupar as ruas da cidade republicana construindo a identidade cívica da indignação perante a forma como os partidos sequestraram as sociedades empurrando-as para o nó cego da penúria e da demagogia. E fazê-lo não só para vaiarem os poderosos no banquete da agiotagem como para tomarem o lugar, hoje na rua e amanhã onde necessário, dos ritualistas falidos transportando os alfarrábios de utopias estropiadas e estropiantes, auto-condecorados de vanguardas habituadas a encarneirarem as multidões debaixo da canga do centralismo totalitário em slogans decididos pelo secretariado do comité central.
Assim está a ocorrer em Espanha. Aqui ao lado. Cá, na Ibéria.