A nossa selecção de futebol é muito inferior à espanhola. A nossa selecção de jornais também. A de colunistas nem se fala, embora seja difícil imaginar com quem se pode comparar um imbecil ilustrado como VPV, um católico ultramontano como César das Neves ou um diletante como MST. Se nos compararmos, perdemos em quase tudo: na poesia, na novela, na viola de gamba, na saúde oral e no tamanho dos narizes. Ontem viu-se, quando as câmaras focavam a assistência: uma mulher guapíssima passando bâton pelos lábios, alternava com um broeiro lusitano, atarracado e hirsuto.
A Espanha teve de tudo e a sério. Teve anarquistas e falangistas, brigadas internacionais e fossas comuns. Na primeira metade do século XX a Igreja Católica em Portugal foi nojentinha. Em Espanha foi mesmo nojenta.
Hoje estamos como sempre fomos - se excluirmos o breve período em que um bruxo brasileiro, com o apoio do Marcelo das bandeiras, fez psicoterapia de grupo à selecção de futebol e hipnose ao País. Condenados ao Sócrates e ao clone barítono, aos socialistas entre a jugular e a estomáquica, aos sociais-democratas revirgens como um rapaz de Blake, aos estalinistas e à esquerda alternativa. Ao senhor Silva e ao comendador Loureiro. Ao fartote, ao rega-bofe, à depressão cortical, ao fado da humanidade imaterial, à maldição insular que atingiu Antero e ainda chega até nós, como um anticiclone que vem dos Açores.
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